18/07/2012

Centenário de Dom Hélio Campos na Paróquia de Santo Afonso





A Fraternidade Sacerdotal Jesus+Caritas, o Instituto Secular Charles de Foucauld e o Instituto Sodalício Carlos de Foucauld, convidam para um dia reflexão e ação de graças, dia 24/07, por ocasião do centenário de nascimento de Dom Francisco Hélio Campos, encerrando com a Santa Missa as 18horas, na Paróquia de Santo Afonso, 2733 – Parquelândia – Fortaleza – Ceará.


 Dom Francisco Hélio Campos (1912- 2012)


Foi dele a feliz iniciativa de trazer, por primeiro para o Brasil, iniciando na cidade de Fortaleza, nos idos de 1959, a Espiritualidade do Bem Aventurado Charles de Foucauld, baseada nos seguintes aspectos: A conversão permanente, a Eucaristia como ponto central, a oração do abandono, o Evangelho da cruz e a busca do último lugar.


 "Eu preciso viver aquilo em que eu creio", dizia  o homem de Deus, Dom Hélio Campos.

Eis o que disse seu irmão Padre casado Gerardo Campos, professor, escritor e poeta da mais elevada qualidade, +23 de janeiro 1975, ocasião da sua partida para junto do Pai - numa morte prematura:


                                              "EM TEU ALTAR

Os pobres chorarão a sua morte
Depois hão de sorrir à liberdade
Que você defendeu, de pulso forte,
Preso à justiça, à Fé e à caridade...

Também os ricos sofrerão saudade,
Na doação dotal de SUA vida
Lembrando que a Real Felicidade
Consiste na riqueza dividida...

Como estrela cadente, o seu Exemplo
Deixou rastros de luz ao se pagar...
Se o Lar de nossos Pais tornou-se um Templo
Você foi mais um Santo em seu Altar...".


Oração do Abandono

De Carlos de Foucauld, rezada diariamente pelos seguidores da sua espiritualidade

Meu Pai, a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes, eu vos agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se faça em mim e em todas as vossas criaturas, não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego minha alma em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração, porque eu vos amo e é para mim uma necessidade de amor dar-me, entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança de que sois o meu Pai.


Veja artigo do Pe. Geovane Saraiva

Pe. Geovane Saraiva *
Aqui no Ceará, no século passado, a Igreja Católica foi prodigamente favorecida com o ministério e a ação pastoral de um grande sacerdote, que estamos a comemorar seu centenário de nascimento. Nascido em Quixeramobim, aos 24 de julho de 1912, e ordenado em 05 de agosto de 1937, procurou encarnar o projeto daquele que constantemente está nos dizer: “Alegra-vos! Não tenhais medo!” (Mt 28, 9). Trabalhou incansavelmente nas Paróquias do Mocuripe, Senador Pompeu e Pedra Branca. Em 1958 assumiu, deixando marcas profundas, a Paróquia do Pirambu, na cidade de Fortaleza.



Trata-se Padre Francisco Hélio Campos. Para ele, os pobres eram por demais preciosos e estavam não só na sua mente e no seu coração, mas concretamente no centro do seu trabalho eclesial, dando-lhes extrema importância, pois através deles, a Igreja se aproximava e se fortificava no seu sonho maior, no sentido de se manter viva e fiel ao espírito do Evangelho, consciente de que o salutar processo de evangelização, no tempo vivido por ele, tinha que se transformar num processo de discernimento. Com o apoio decisivo do Padre Hélio a comunidade do Pirambu ganha visibilidade, sendo fortalecida e tendo forças, recebendo um caráter cristão, tendo por base os princípios da doutrina social da Igreja.

Como o ponto alto, em janeiro de 1962, acontece a grande marcha do Pirambu, reunindo uma multidão em direção ao centro da cidade de Fortaleza, reivindicando o acesso à terra e melhores condições de maradia e vida digna daquela população profundamente marcada pelo sofrimento. Depois lhe foi confiado, em 1969, à paróquia de Mondubim. Logo lhe chegou à coroação de todo seu trabalho, três meses depois, ao ser nomeado bispo da Diocese de Viana, no Maranhão. Infelizmente seus sonhos e projetos de bispo novo, desejoso de colocar em prática as resoluções do Concílio Vaticano II (1962-1965), foram interrompidos, “domino volente”, com a sua morte prematura, aos 23 de janeiro de 1975.

É deste modo que compreendemos o caminho do homem que descobre a Deus, que se assemelha a árvore plantada junto d’água corrente: dá frutos no tempo devido e suas folhas nunca murcham; tudo o que ele faz prospera e é bem sucedido, simbolizando a vida e a felicidade de quem trilha o caminho da lei de Deus (cf. Sl 1, 3). Temos consciência de um Deus, inefável mistério, que caminha conosco na história, embora não esteja com sua presença física, mas está sempre presente, sem nunca abandonar o seu povo.

O mundo atual reconhecerá Cristo à medida que os cristãos, a comunidade dos batizados, dos que querem viver a sua fé, na partilha do pão do dia a dia, o pão do trabalho, da cultura, da educação e da saúde. Tudo isso significa compromisso com a justiça, a paz e a solidariedade, na defesa de todas aquelas pessoas, as quais vivem a margem dos bens da criação, mas por vontade do criador e Pai, destinados a todos.

Dom Hélio Campos, com seu coração dadivoso, na sua sólida origem religiosa e na sua personalidade extraordinário, colocada a serviço do reino, devemos muito, primeiro por seu compromisso e sensibilidade com os empobrecidos do Pirambu. Também sua experiência pastoral neste bairro se destacou pelo seu pioneirismo e originalidade, seja pelo seu profetismo no trabalho promocional em favor de uma multidão de gente, seja também por ter iniciado experiência da fraternidade sacerdotal segundo a espiritualidade de Charles de Foucauld, trazendo para Fortaleza os espiões de Cristo, isto é, aqueles que se infiltram no mundo do trabalho, favelas e demais realidades, acreditando que o melhor modo de anunciar o Evangelho é o agir no anonimato, proclamar o amor de Deus com a própria vida. A ideia de trazer para Fortaleza o carisma espiritual de Charles de Foucauld coincidiu com o tempo em que foi pároco do bairro mais pobre e violento de Fortaleza, ainda hoje estigmatizado, o Pirambu. Dele podemos dizer: “Bem aventurados os promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).

Agradecemos ao bom Deus o dom da vida e o mérito do grande Padre Hélio Campos, ao iniciar na terra alencarina a espiritualidade do Irmão Universal Charles de Foucauld, divulgada com veemência, na década de cinqüenta na Igreja pelo fundador dos Irmãozinhos de Jesus, o Padre René Voillaume, sobretudo, através do seu livro “Au Coeur des Masses”, Fermento na Massa.

Padre Hélio teve a feliz iniciativa de formar um grupo de colaboradoras leigas, que o ajudavam no seu trabalho paroquial, iniciando assim formalmente na espiritualidade dos Irmãozinhos e Irmãzinhas de Jesus. Ao mesmo tempo em que convidou alguns colegas padres para fazerem parte, naquele tempo, da União Sacerdotal Jesus Caritas, hoje Fraternidade Jesus Caritas, na mesma década, culminando com a presença em Fortaleza dos sacerdotes Guy Riobé e Pierre Loubier, responsáveis gerais da “União Sacerdotal Jesus Caritas”. O próprio Padre René Voillaume, passando por Fortaleza em 1958, fez uma conferência sobre a espiritualidade de Charles de Foucauld, na faculdade de Filosofia, onde estudavam jovens que depois vieram a formar a fraternidade feminina Jesus Caritas. Ainda consta que uma casa das Irmãzinhas de Jesus foi aberta no Pirambu.

Vivemos num mundo profundamente marcado pela auto-suficiência e pela a vaidade dos grandes feitos e êxitos da humanidade. Como seria maravilhoso, se no processo de aprendizagem, nunca a criatura humana se sentisse dona da verdade como algo absoluto. Padre Hélio campos foi sinal e instrumento de Deus e dele podemos continuar aprendendo. Assim como aprendemos do bem aventurado Charles de Foucauld (1858-1916), na sua sede de conhecer a Deus, ao aproximar do confessionário na igreja de Santo Agostinho, em Paris, e dizer ao sacerdote: “Padre, não tenho fé, mas venho pedir-lhe que me instrua”. Sem lhe dar tempo de concluir, o padre ordenou: “Ajoelha-se e confessa a Deus suas faltas. Então crerá”. Temos ainda a inconfundível presença de Maria Nazaré. Ambos os exemplos bem que pode nos ajudar na nossa contribuição, para que como cristãos, sejamos seguidores do Mestre, simples e humilde, mas com a mente e o coração abertos, no sentido de observar as lições ensinadas por Jesus e guardá-las no mais profundo do nosso ser (cf. Lc 2, 51).

Se quiséssemos sintetizar a vida do grande cearense, Dom Francisco Hélio Campos, patrimônio de todos nós cearenses e ao mesmo tempo, celebrar o seu centenário de nascimento neste ano 2012, poderíamos dizer que ele foi um homem da paz, da fraternidade e da justiça, com uma profunda compreensão do ser humano, imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26), ao se preocupar com os empobrecidos desta cidade de Fortaleza, e ao mesmo tempo, acolher os espiões de Cristo, seguidores da espiritualidade de Charles de Foucauld.


*Pe. Geovane Saraiva, sacerdote da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), e da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
Pároco de Santo Afonso
pegeovane@paroquiasantoafonso.org.br



A marcha pelo Pirambu - Padre Hélio Campos



"Eu preciso viver aquilo em que eu creio" (D. Hélio Campos)

Francisco Hélio Campos, nasceu em 24 de julho de 1912, em Quixeramobim-Ceará, filho de Francisco Cordeiro Campos e Belarminna Gomes Campos. Foi batizado em Itatira. Seus irmãos fo ram: Gerardo Campos (padre), Hilza, Vilma e Inês (freiras), José Nanges e Raimundo Felinto. Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 05 de agosto de 1937, na igreja da Prainha. Como sacerdote exerceu funções como: Vigário do Mucuripe, em Senador Pompeu, Pedra Branca, Mineirolândia, Jacarecanga, Pirambu (10 anos) e Mondubim. Foi Vigário Coordenador da cidade de redenção e da Matriz do Carmo, Capelão do Hospital Psiquiátrico, do Instituto Beneficente S. José, Casa de Saúde S. Gerardo e Patrono da cidade de Cascavel. Em março de 1958, assume a função de Vigário Ecônomo da recém criada Paróquia de N.Sra. das Graças, no Pirambu.
Padre Hélio foi incansável em sua luta pela socialização e evangelização do Pirambu, e no dia 01 de janeiro de 1962, praticou um ato histórico neste bairro, com a famosa "Marcha pelo Pirambu", levando cerca de 30 mil pessoas para o centro da cidade, a pé. A multidão assistiu a missa às 15 horas, na Matriz e, em seguida, foi caminhando pelas ruas até a praça da Sé, onde foram recebido pelo governador. Este fato suscitou uma alteração substancial na vida da comunidade: começou o processo de promoção do Pirambu. Padre Hélio fundou nesta comunidade o Centro Social Paroquial Lar de Todos, com a ajuda de recursos de todas as partes do mundo. Neste centro, fundou uma escola: seria as primeiras raízes do que hoje é a Escola de Ensino Fundamental Centro Educacional D. Hélio Campos. A 06 de julho de 1969 foi sagrado Bispo por D. José de Medeiros Delgado, e em 03 de agosto do mesmo ano, assumiu a Diocese da cidade de Viana, no interior do Estado do Maranhão.
Faleceu em 23 de janeiro de 1975.

Fonte:http://dhcampos.blogspot.com/2008/04/eu-preciso-viver-aquilo-em-que-eu-creio.html

Charles Eugène de Foucauld



A sepultura de Carlos de Foucauld encontra-se em El-Goléa, no deserto sul da Argélia
 
* 15 de Setembro de 1858 em Estraburgo, na França
† 01 de Dezembro de 1916, em Tamanrasset, na Argélia


           O Beato Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de Setembro de 1858 emEstrasburgo, (França). De meio familiar aristocrático, fica órfão de pai e mãe em 1864. Freqüenta a Escola Especial Militar de Saint-Cyr. É herdeiro de uma enorme fortuna, que rapidamente delapida em jogo, indisciplina e excentricidades. Retrata-se e, já oficial do exército francês, é colocado na Argélia. Deixa a vida militar e torna-se explorador em Marrocos. Chega a receber uma medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento do trabalho de investigação no Norte de África. Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a vida espiritual vai conduzi-lo a uma conversão súbita e leva-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabelece-se em França, e depois na síria. Deixa os Trapistas em 1897 em busca de uma vocação religiosa autónoma e ainda não definida. É ordenadosacerdote em 1901. Regressa à Argélia e leva uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mas interventiva junto da população. Aprende a língua Tuaregue e estuda o léxico e gramática, os cantos e tradições dos povos do Deserto do Saara. Tem a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucede apenas depois da sua morte: os Irmãozinhos de Jesus. É assassinado por assaltantes de passagem em 1 de Dezembro de 1916. Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005. (Fonte Enciclopédia Wikipédia, na Internet)

A Espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld

Por René Voillaume

COM JESUS, EM NAZARÉ, NO DESERTO E NOS CAMINHOS DOS HOMENS

“O Padre Carlos de Foucauld, por sua parte, sempre concebeu a sua vida religiosa consagrada como uma participação da forma de vida de Cristo (...). Ele deixa tudo para entrar na vida monástica, porque não pode con­ceber o amor sem uma imperiosa necessidade de viver unicamente para Aquele que ama, de imi­tá-lo em tudo e de partilhar a sua condição de vida. A regra de vida do irmão Carlos pode resumir-se na sua decisão de imitar Jesus tal como o Evangelho lho revela. É então que desco­bre no desenrolar da existência terrestre de Cristo como que três maneiras de viver: em Nazaré,no desertopelos caminhos como operário evangélicoEsta intuição tão simples revelou-se nele extraordinariamente fecunda e dominou sua mar­cha espiritual. O Irmão Carlos esteve constantemente atento para fazer de sua vida uma imi­tação sempre mais fiel daquela de seu bem-amado irmão e Senhor Jesus. 
Charles Eugène de Foucauld
A sepultura de Carlos de Foucauld encontra-se em El-Goléa, no deserto sul da Argélia

* 15 de Setembro de 1858 em Estraburgo, na França
† 01 de Dezembro de 1916, em Tamanrasset, na Argélia

Oração do Abandono

De Carlos de Foucauld, rezada diariamente pelos seguidores da sua espiritualidade

Meu Pai, a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes, eu vos agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se faça em mim e em todas as vossas criaturas, não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego minha alma em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração, porque eu vos amo e é para mim uma necessidade de amor dar-me, entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança de que sois o meu Pai.

           O Beato Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de Setembro de 1858 emEstrasburgo, (França). De meio familiar aristocrático, fica órfão de pai e mãe em 1864. Freqüenta a Escola Especial Militar de Saint-Cyr. É herdeiro de uma enorme fortuna, que rapidamente delapida em jogo, indisciplina e excentricidades. Retrata-se e, já oficial do exército francês, é colocado na Argélia. Deixa a vida militar e torna-se explorador em Marrocos. Chega a receber uma medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento do trabalho de investigação no Norte de África. Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a vida espiritual vai conduzi-lo a uma conversão súbita e leva-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabelece-se em França, e depois na síria. Deixa os Trapistas em 1897 em busca de uma vocação religiosa autónoma e ainda não definida. É ordenadosacerdote em 1901. Regressa à Argélia e leva uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mas interventiva junto da população. Aprende a língua Tuaregue e estuda o léxico e gramática, os cantos e tradições dos povos do Deserto do Saara. Tem a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucede apenas depois da sua morte: os Irmãozinhos de Jesus. É assassinado por assaltantes de passagem em 1 de Dezembro de 1916. Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005. (Fonte Enciclopédia Wikipédia, na Internet)

A Espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld

Por René Voillaume


COM JESUS, EM NAZARÉ, NO DESERTO E NOS CAMINHOS DOS HOMENS

Coração“O Padre Carlos de Foucauld, por sua parte, sempre concebeu a sua vida religiosa consagrada como uma participação da forma de vida de Cristo (...). Ele deixa tudo para entrar na vida monástica, porque não pode con­ceber o amor sem uma imperiosa necessidade de viver unicamente para Aquele que ama, de imi­tá-lo em tudo e de partilhar a sua condição de vida. A regra de vida do irmão Carlos pode resumir-se na sua decisão de imitar Jesus tal como o Evangelho lho revela. É então que desco­bre no desenrolar da existência terrestre de Cristo como que três maneiras de viver: em Nazaré,no deserto, e pelos caminhos como operário evangélico. Esta intuição tão simples revelou-se nele extraordinariamente fecunda e dominou sua mar­cha espiritual. O Irmão Carlos esteve constantemente atento para fazer de sua vida uma imi­tação sempre mais fiel daquela de seu bem-amado irmão e Senhor Jesus.
Entre estas três maneiras de viver de Cristo, escolheu imitar particularmente a primeira, em Nazaré. Todavia esta escolha não o impede de seguir Jesus também no deserto e nos caminhos da evangeli­zação dos homens. Como poderia ser de outra forma para quem escolheu dar-se a Cristo Jesus cuja vida e missão não poderiam ser perfeitamente compreendidas nem participadas através de um único modo de vida, concebido como excluindo os outros?
Quanto mais você freqüentar o irmão Carlos esforçando-se para melhor compreender o fundo de sua alma, mais compreenderá como nele esta intuição dos três modos de vida de Cristo é característica. Efetivamente, é um dos traços essenciais de sua mensagem.”

[Mensagem extraída do livro “Sentinelas de Deus na Cidade”, de René Voillaume, Ed. Paulinas, SP, 1976]

Ensinamentos espirituais de Carlos de Foucauld, o Irmão Universal

“Quanta doçura soube ter Jesus com quem dele se aproximava”

Charles de Foucauld e o eremitério no deserto de Tamanrasset
      HÁ  UMA  DIFERENÇA  TÃO  GRANDE  ENTRE  DEUS  E TUDO  O  QUE  NÃO  É  ELE

     “A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é ele...” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901)

      QUIBUS  AUXILIIS?
 
     “Mediante a tua graça, e que graça! Com a tua misericórdia, uma infinidade de misericórdias!... Graças à intercessão da Santa Virgem, de São José, de Santa Madalena, de São João Batista, de meu anjo da guarda, de todos os santos e de todas as santas, de tantas pessoas que me amam e que não estão mais neste mundo; [...] com a ajuda de São Paulo Eremita e de Santo Antônio, cuja memória celebramos nestes dias.” (Anotação de 15 de janeiro de 1895)

        JESUS  DERRAMARÁ  GRAÇAS  ABUNDANTES  E  ELES  COMPREENDERÃO

     “Os nativos nos acolhem bem; não são sinceros: cedem à necessidade. Quanto será preciso para que adquiram realmente os sentimentos que hoje fingem ter? Talvez isso nunca aconteça... Saberão distinguir os soldados dos padres e ver em nós servos de Deus, ministros de paz e de caridade, irmãos universais? Não sei. Se eu fizer o meu dever, Jesus derramará graças abundantes e eles compreenderão.” (Carta a madame De Bondy, do sul de Beni Abbés, 3 de julho de 1904)

     FONTE E  BÁLSAMO  DE  CONSOLAÇÃO

     “Nós nos esforçamos para ter uma infinita delicadeza em nossa caridade; não nos limitamos aos grandes serviços, mas cultivamos aquela terna delicadeza capaz de cuidar dos detalhes e que sabe derramar, com gestos de nada, uma montanha de bálsamo nos corações. ‘Dai-lhes de comer’, diz Jesus. Da mesma forma nós, com aqueles que vivem ao nosso lado, entramos nos pequenos detalhes de sua saúde, de sua consolação, de suas orações, de suas necessidades: consolamos, damos alívio com as atenções mais diminutas; para com aqueles que Deus põe ao nosso lado esforçamo-nos por ter aquelas ternas, delicadas, pequenas atenções que teriam entre si dois irmãos cheios de delicadeza, e mães cheias de ternura por seus filhos, com a finalidade de consolar, o quanto possível, todos aqueles que nos cercam, e ser para eles fonte e bálsamo de consolação, como o foi sempre nosso Senhor para todos aqueles que se aproximavam dele: para a santa Virgem e São José, mas também para os apóstolos, para Madalena e para todos os outros... Quanta consolação, quanta doçura soube dar a todos aqueles que se aproximavam dele.” (de La bonté de Dieu)

     A  ORAÇÃO

     “Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração... Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele... A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.”
     (Meditação de 22 de julho de 1905)

     A  FRAQUEZA  DOS  MEIOS  HUMANOS  É  CAUSA  DE FORÇA

     “Eis nossas armas, as do nosso Esposo divino que nos pede que deixemos continuar a viver em nós a vida dele, ele mesmo, o único Amante... a única Verdade... Não encontraremos melhor do que ele e ele não envelhece... Sigamos esse modelo único e estaremos seguros de fazer muito bem, pois dessa forma não seremos mais nós a viver, mas será ele a viver em nós; nossas ações não pertencerão mais a nós, humanos e miseráveis, mas a ele, e serão por isso divinamente eficazes.” (Carta ao padre Charles Guérin, 15 de janeiro de 1908)

     OS  POBRES

     “Amamos os ricos, pois são filhos de Deus; mas não nos ocupamos deles, já que não precisam disso; ocupamo-nos dos pobres, já que precisam de tudo e porque Jesus os deixou para nós como irmãos, mas como Ele mesmo para serem cuidados, nutridos, vestidos, consolados, santificados, salvos, enfim, amados. Eles são ‘os seus irmãos’, são a família que ele adotou; a que deixa a nós.” (Meditação sobre o Salmo 81)

     CABE A ELE CHAMAR-NOS

     “Deus nos dará a todo instante o que é necessário para cumprir qualquer missão que lhe aprouver dar-nos... Ele no-lo dará sobrenaturalmente, sem nenhuma preparação de nossa parte, se isso lhe agradar, como fez com seus grandes apóstolos Pedro e Paulo [...]. Ou então no-lo dará fazendo-nos cooperar com sua graça por meio de nosso trabalho, e então nos dirá Ele mesmo de que forma devemos realizar esses trabalhos preparatórios... Cabe a ele chamar-nos na hora em que quiser que nos dediquemos a eles.”
     (Meditações sobre os Santos Evangelhos, 234ª)

     TU  DÁS  A  SAÚDE  ÀS  ALMAS  POR  PURA  COMPAIXÃO

     “Tu dás a saúde às almas, mesmo quando elas não te pedem, ó meu Deus, por pura compaixão, por puro amor pela obra de tuas mãos, por tuas ovelhas, ó bom Pastor! Que assim seja! Tu não esperas que a ovelha perdida, agredida pelo lobo e já quase morta sob os seus dentes, chame por Tua ajuda; de longe, sempre a vê e sempre lhe dá, até o último momento, tudo o que lhe é necessário para escapar do inimigo. Que assim seja.” (Meditação sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 106ª)

     UM  RELÂMPAGO  QUE  ILUMINA  POR  UM  INSTANTE A  NOITE  DA  TERRA

     “Tu poderias, meu Deus, guiar José usando de meios bem diferentes, em vez das aparições: temos a impressão de que tenhas como objetivo tornar, desde as primeiras páginas do Evange­lho, evidente aos nossos olhos essa verdade da esperança que é preciso ter na tua graça (que tu nos dás para nos conduzir para a glória), que nos mostras assim, já no início do Novo Testamento, esses anjos, essas estrelas que se elevam ao teu chamado para guiar os homens... É como um relâmpago que ilumina por um instante a noite da terra e nela faz visível, aos nossos olhos estupefatos, qual é a tua maneira de dirigir as almas.” (Meditações sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 8ª)

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Para Bento XVI, Charles de Foucauld, exemplo de fraternidade universal, testemunhou o Evangelho respeitando as outras religiões.
Como é tradição neste pontificado, no final da celebração eucarística e do rito da beatificação, Bento XVI desceu do Palácio Apostólico até á Basílica de S. Pedro para venerar as relíquias dos novos bem-aventurados e saudar os fiéis. O Papa salientou que Charles de Foucauld nos convida à fraternidade universal que viveu no Sahara, no meio dos tuareg, convida-nos ao amor do qual Cristo nos deu o exemplo.
“Demos graças a Deus pelo testemunho oferecido por Charles de Foucauld, disse o Papa, recordando que durante a sua vida contemplativa e escondida em Nazaré encontrou a verdade da humanidade de Jesus, convidando-nos a contemplar o mistério da Incarnação; naquele lugar ele aprendeu muito sobre o Senhor que queria viver com humildade e pobreza. (Rádio Vaticano, 13.11.2006)
Entre estas três maneiras de viver de Cristo, escolheu imitar particularmente a primeira, em Nazaré. Todavia esta escolha não o impede de seguir Jesus também no deserto e nos caminhos da evangeli­zação dos homens. Como poderia ser de outra forma para quem escolheu dar-se a Cristo Jesus cuja vida e missão não poderiam ser perfeitamente compreendidas nem participadas através de um único modo de vida, concebido como excluindo os outros?
Quanto mais você freqüentar o irmão Carlos esforçando-se para melhor compreender o fundo de sua alma, mais compreenderá como nele esta intuição dos três modos de vida de Cristo é característica. Efetivamente, é um dos traços essenciais de sua mensagem.”

[Mensagem extraída do livro “Sentinelas de Deus na Cidade”, de René Voillaume, Ed. Paulinas, SP, 1976]

Ensinamentos espirituais de Carlos de Foucauld, o Irmão Universal

“Quanta doçura soube ter Jesus com quem dele se aproximava”

Charles de Foucauld e o eremitério no deserto de Tamanrasset
      HÁ  UMA  DIFERENÇA  TÃO  GRANDE  ENTRE  DEUS  E TUDO  O  QUE  NÃO  É  ELE

     “A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é ele...” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901)

      QUIBUS  AUXILIIS?
 
     “Mediante a tua graça, e que graça! Com a tua misericórdia, uma infinidade de misericórdias!... Graças à intercessão da Santa Virgem, de São José, de Santa Madalena, de São João Batista, de meu anjo da guarda, de todos os santos e de todas as santas, de tantas pessoas que me amam e que não estão mais neste mundo; [...] com a ajuda de São Paulo Eremita e de Santo Antônio, cuja memória celebramos nestes dias.” (Anotação de 15 de janeiro de 1895)

        JESUS  DERRAMARÁ  GRAÇAS  ABUNDANTES  E  ELES  COMPREENDERÃO

     “Os nativos nos acolhem bem; não são sinceros: cedem à necessidade. Quanto será preciso para que adquiram realmente os sentimentos que hoje fingem ter? Talvez isso nunca aconteça... Saberão distinguir os soldados dos padres e ver em nós servos de Deus, ministros de paz e de caridade, irmãos universais? Não sei. Se eu fizer o meu dever, Jesus derramará graças abundantes e eles compreenderão.” (Carta a madame De Bondy, do sul de Beni Abbés, 3 de julho de 1904)

     FONTE E  BÁLSAMO  DE  CONSOLAÇÃO

     “Nós nos esforçamos para ter uma infinita delicadeza em nossa caridade; não nos limitamos aos grandes serviços, mas cultivamos aquela terna delicadeza capaz de cuidar dos detalhes e que sabe derramar, com gestos de nada, uma montanha de bálsamo nos corações. ‘Dai-lhes de comer’, diz Jesus. Da mesma forma nós, com aqueles que vivem ao nosso lado, entramos nos pequenos detalhes de sua saúde, de sua consolação, de suas orações, de suas necessidades: consolamos, damos alívio com as atenções mais diminutas; para com aqueles que Deus põe ao nosso lado esforçamo-nos por ter aquelas ternas, delicadas, pequenas atenções que teriam entre si dois irmãos cheios de delicadeza, e mães cheias de ternura por seus filhos, com a finalidade de consolar, o quanto possível, todos aqueles que nos cercam, e ser para eles fonte e bálsamo de consolação, como o foi sempre nosso Senhor para todos aqueles que se aproximavam dele: para a santa Virgem e São José, mas também para os apóstolos, para Madalena e para todos os outros... Quanta consolação, quanta doçura soube dar a todos aqueles que se aproximavam dele.” (de La bonté de Dieu)

     A  ORAÇÃO

     “Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração... Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele... A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.”
     (Meditação de 22 de julho de 1905)

     A  FRAQUEZA  DOS  MEIOS  HUMANOS  É  CAUSA  DE FORÇA

     “Eis nossas armas, as do nosso Esposo divino que nos pede que deixemos continuar a viver em nós a vida dele, ele mesmo, o único Amante... a única Verdade... Não encontraremos melhor do que ele e ele não envelhece... Sigamos esse modelo único e estaremos seguros de fazer muito bem, pois dessa forma não seremos mais nós a viver, mas será ele a viver em nós; nossas ações não pertencerão mais a nós, humanos e miseráveis, mas a ele, e serão por isso divinamente eficazes.” (Carta ao padre Charles Guérin, 15 de janeiro de 1908)

     OS  POBRES

     “Amamos os ricos, pois são filhos de Deus; mas não nos ocupamos deles, já que não precisam disso; ocupamo-nos dos pobres, já que precisam de tudo e porque Jesus os deixou para nós como irmãos, mas como Ele mesmo para serem cuidados, nutridos, vestidos, consolados, santificados, salvos, enfim, amados. Eles são ‘os seus irmãos’, são a família que ele adotou; a que deixa a nós.” (Meditação sobre o Salmo 81)

     CABE A ELE CHAMAR-NOS

     “Deus nos dará a todo instante o que é necessário para cumprir qualquer missão que lhe aprouver dar-nos... Ele no-lo dará sobrenaturalmente, sem nenhuma preparação de nossa parte, se isso lhe agradar, como fez com seus grandes apóstolos Pedro e Paulo [...]. Ou então no-lo dará fazendo-nos cooperar com sua graça por meio de nosso trabalho, e então nos dirá Ele mesmo de que forma devemos realizar esses trabalhos preparatórios... Cabe a ele chamar-nos na hora em que quiser que nos dediquemos a eles.”
     (Meditações sobre os Santos Evangelhos, 234ª)

     TU  DÁS  A  SAÚDE  ÀS  ALMAS  POR  PURA  COMPAIXÃO

     “Tu dás a saúde às almas, mesmo quando elas não te pedem, ó meu Deus, por pura compaixão, por puro amor pela obra de tuas mãos, por tuas ovelhas, ó bom Pastor! Que assim seja! Tu não esperas que a ovelha perdida, agredida pelo lobo e já quase morta sob os seus dentes, chame por Tua ajuda; de longe, sempre a vê e sempre lhe dá, até o último momento, tudo o que lhe é necessário para escapar do inimigo. Que assim seja.” (Meditação sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 106ª)

     UM  RELÂMPAGO  QUE  ILUMINA  POR  UM  INSTANTE A  NOITE  DA  TERRA

     “Tu poderias, meu Deus, guiar José usando de meios bem diferentes, em vez das aparições: temos a impressão de que tenhas como objetivo tornar, desde as primeiras páginas do Evange­lho, evidente aos nossos olhos essa verdade da esperança que é preciso ter na tua graça (que tu nos dás para nos conduzir para a glória), que nos mostras assim, já no início do Novo Testamento, esses anjos, essas estrelas que se elevam ao teu chamado para guiar os homens... É como um relâmpago que ilumina por um instante a noite da terra e nela faz visível, aos nossos olhos estupefatos, qual é a tua maneira de dirigir as almas.” (Meditações sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 8ª)

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Para Bento XVI, Charles de Foucauld, exemplo de fraternidade universal, testemunhou o Evangelho respeitando as outras religiões.
Como é tradição neste pontificado, no final da celebração eucarística e do rito da beatificação, Bento XVI desceu do Palácio Apostólico até á Basílica de S. Pedro para venerar as relíquias dos novos bem-aventurados e saudar os fiéis. O Papa salientou que Charles de Foucauld nos convida à fraternidade universal que viveu no Sahara, no meio dos tuareg, convida-nos ao amor do qual Cristo nos deu o exemplo.
“Demos graças a Deus pelo testemunho oferecido por Charles de Foucauld, disse o Papa, recordando que durante a sua vida contemplativa e escondida em Nazaré encontrou a verdade da humanidade de Jesus, convidando-nos a contemplar o mistério da Incarnação; naquele lugar ele aprendeu muito sobre o Senhor que queria viver com humildade e pobreza. (Rádio Vaticano, 13.11.2006)


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