31/01/2013

Vaticano atento a jovens "nativos digitais"

Agência Ecclesia
O Conselho Pontifício da Cultura (CPC), da Santa Sé, apresentou hoje a sua assembleia plenária anual, destacando a importância de compreender os jovens como "nativos digitais" na sua comunicação.
"A sua [dos jovens] língua é diferente da minha, e não é só porque usam um décimo do meu vocabulário: os nossos jovens são nativos digitais e a sua comunicação adotou a simplificação do Twitter, a imagem dos sinais gráficos dos celulares", disse o presidente do CPC, cardeal Gianfranco Ravasi, em conferência de imprensa.
A reunião anual do organismo da Cúria Romana será de 6 a 9 de fevereiro e tem como tema ‘Culturas juvenis emergentes'.
O cardeal Ravasi falou num "salto geracional" e destacou que esta mudança se registrou "sobretudo a nível da comunicação".
"A lógica informática binária do ‘save' (guardar) ou ‘delete' (apagar) regula também a moral, que é apressada: a emoção imediata domina a vontade, a impressão determina a regra, o individualismo pragmático é condicionado apenas por eventuais modas de massa", prosseguiu.
O colaborador do Papa aludiu à imagem dos jovens que caminham com os seus fones de ouvido, como se estivessem "‘desligados' da insuportável complexidade social, política, religiosa" criada pelos adultos.
"A diferença dos jovens não é apenas negativa, mas contém sementes surpreendentes de fecundidade e autenticidade", sublinhou, elogiando os compromissos no voluntariado, o esporte, a música, a espiritualidade ou a amizade.
O bispo português Dom Carlos Azevedo, delegado do CPC, apresentou o programa do evento aos jornalistas, frisando a importância de atender a fenômenos como o desemprego, a cultura digital e o "alfabeto emotivo" das novas gerações.
Estas questões, defendeu, "exigem um discernimento por parte da Igreja e uma profunda mudança de linguagem".
"As culturas juvenis emergentes mostram a vulnerabilidade, a insegurança, a fragilidade de fórmulas repetitivas", alertou o prelado.
À Igreja, acrescentou Dom Carlos Azevedo, compete "abrir uma brecha no pessimismo, no medo do futuro, mesmo que as condições econômicas e o desemprego tendam a piorar nos próximos anos".
Os trabalhos da assembleia plenária do CPC vão abordar questões como ‘Do universo ao «multiverso», análise das culturas juvenis', ‘Nativos digitais: linguagem e rituais' ou a ‘Fé na juventude'.
O documento preparatório, distribuído à imprensa, fala da importância de "acolher o anseio dos jovens pela dimensão profética do Evangelho, na denúncia de hipocrisias e incoerências" e alimentar a "esperança que liberta da superficialidade e empenha as pessoas na justiça social, nas causas ecológicas e nos movimentos de superação de preconceitos".
O cardeal Ravasi lançou uma questão aos jovens na sua conta da rede social Twitter como forma de preparar o próximo encontro: "Fé nos jovens: onde e como é que a Igreja se faz mais presente para eles, com suas alegrias, esperanças, medos, necessidades?"
O acesso à reunião anual é limitado aos membros do CPC e seus consultores, entre os quais se conta o padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Igreja Católica em Portugal.
Os participantes vão ser recebidos em audiência por Bento XVI no dia 7 de fevereiro.
Fonte: www.agencia.ecclesia.pt

Missionário paulista enviado à Amazônia

Renato Papis
Nesta quinta-feira (31), às 10h00 foi realizada na sede do Regional Sul 1 da CNBB, a Missa de envio do padre Antonio Luis Fernandes que parte em missão neste ano de 2013 para São Gabriel da Cachoeira, situado ao noroeste do Estado do Amazonas. Ele levará a Boa Nova aos lugares mais distantes.
A celebração foi presidida pelo Cardeal arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Odilo Scherer e concelebra pelo bispo da Diocese de Jundiaí e Presidente do Conselho Missionário Regional (Comire), Dom Vicente Costa e o Bispo Auxiliar de São Paulo e Secretário-geral do Regional Sul 1, Dom Tarcísio Scaramussa.
A Missa contou ainda com a presença dos padres Nelson Rosselli Filho, secretário adjunto do Regional Sul 1; Éverton Aparecido da Silva, assessor do Comire; Joaquim Ferreira Gonçalves, missionário da Consolata e diretor da Revista Missões, entre outros padres. A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) - Regional São Paulo, Ir. Geni dos Santos Camargo esteve na celebração. Estavam ainda presentes a mãe do padre Luis - Maria Baioni Fernandes - outros familiares, ex-paroquianos e convidados.
Em sua homilia, Dom Odilo ressaltou a importância deste Ano da Fé. O Cardeal fez um convite para que cada cristão coloque em prática o compromisso de se aprofundar e intensificar uma reflexão sobre esta fé em Cristo Jesus. Assim daremos testemunho de fé em nossas comunidades, em nossas casas e no meio de nossas famílias, para que cada um se sinta membro do "corpo missionário de Jesus Cristo, no mundo".
Por ocasião da celebração de envio, o bispo diocesano de Limeira (SP), Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, enviou uma mensagem que foi lida durante a celebração. Na mensagem, o bispo manifestou a sua alegria com a ida do padre Luis. "Ele, conhecedor das necessidades do Regional Norte da CNBB, manifestou o desejo de servir temporariamente a Igreja no Amazonas. Alegramo-nos com sua disponibilidade. Nosso Senhor tem sido generoso conosco e nos tem pedido também generosidade. Pe. Luis será o segundo padre diocesano que enviamos em missão, além de alguns leigos da Sub-Região Campinas que já estão há alguns anos trabalhando nessa região".
Ainda na mensagem, o bispo manifestou "gratidão ao Regional Sul 1 e à coragem do padre Luis pela sua determinação em servir uma Igreja que clama por mais sacerdotes e servidores do Evangelho. Que Deus o abençoe e lhe dê a graça de servir a Cristo na pessoa dos povos amazonenses que ali vivem".
Padre Antonio Luis Fernandes é natural de Leme (SP). Entrou para o Seminário dos Padres Claretianos em 1986. Depois de um ano, prestou vestibular e ingressou no Seminário Diocesano São João Maria Vianney em Limeira (SP), onde cursou filosofia e teologia na PUC-Campinas.
Em junho de 1997 se ordenou padre na Paróquia de São Manoel em Leme.
Nos últimos anos, padre Luis se dedicou aos trabalhos das Paróquias Santa Rita de Cássia (Leme), São Paulo Apóstolo (Limeira) e Senhor Bom Jesus (Americana), onde foi pároco.
Trabalhou, ainda, na formação dos leigos como professor das escolas de teologia, catequética e fé e política. Com especialização em psicodrama, o padre acompanhou a formação dos novos padres na Dimensão humano afetiva.
O padre Antonio Luis Fernandes pertence à Diocese de Limeira e vai ficar três anos na Prelazia de São Gabriel da Cachoeira (AM), através do Projeto Missionário Sul 1 - Norte 1.
Entrevista
Logo após a celebração, padre Luis concedeu esta entrevista:
Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?
Existem dois momentos bem distintos da minha vocação missionária. A primeira, quando minha mãe grávida de mim no sexto mês, trabalhando no corte de cana, foi surpreendida por um temporal e não tendo tempo para voltar para o abrigo do caminhão, escondeu-se num capela abandonada e lá, diante de uma imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus, rezou e ofereceu a vida da criança para as missões. A segunda, quando já crescido e com capacidade de decidir, aprendi a olhar a Igreja e a sua missão a partir do modelo do grupo de Jesus que é eminentemente missionário, com dedicação a ir adiante criando, formando e animando as comunidades.
O que levou o senhor escolher o Projeto Missionário na Amazônia, especialmente São Gabriel da Cachoeira?
A escolha pelo Projeto se deu por uma questão de comunhão eclesial: a Igreja do Brasil, a partir da CNBB sempre teve um olhar para os desafios que a Amazônia representa para a Evangelização. O Projeto Sul 1 Norte 1 abre uma porta que permite que nós, diocesanos, também realizemos esse ideal proposto pelo Vaticano II de nunca restringir a Igreja e o ministério presbiteral a um local geográfico apenas, mas sim, à extensão do Reino como um grande horizonte a ser contemplado na comunhão e na participação.
Já a minha ida a São Gabriel da Cachoeira (AM) não foi uma escolha pessoal e sim, uma adequação do próprio projeto que, atento à necessidade das dioceses e, a partir da solicitação dos bispos do Regional Norte 1, faz as designações. A gente aceita e tenta fazer o nosso melhor.
Quais são as suas expectativas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?
Costumo dizer que a frustração é irmã gêmea da expectativa... Por isso mesmo, tento evitar criar expectativa demais pois isso pode significar algo não tão bom. O que quero, é chegar, conhecer as pessoas, a realidade, a Igreja do lugar, os agentes de pastoral que lá atuam, os diferentes missionários que dedicam suas vidas aquela Igreja, ouvir o bispo, saber das necessidades e, a partir das minhas forças e dons, tentar servir e ajudar no mais que puder. Inegável é o fato de que a realidade por si só já se imponha: um lugar onde 93% da população é indígena, com 23 etnias diferentes, 18 línguas, das quais 3 são oficiais, além da língua portuguesa; onde as distâncias são imensas e as dificuldades de transporte e comunicação são grandes, claro que gera na gente uma sensação de ansiedade e diria até, de medo. Mas Aquele que me chamou é fiel (1Ts 5, 24) já dizia Paulo o grande missionário dos gentios. Todavia, deverei chegar ao lugar, e começar a olhar e descobrir o que a missão pede de mim.
Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?
Hoje a Igreja vive um tempo de maturidade acerca da missão. Muitas são as frentes missionárias assumidas por ela. Muitos são os desafios que a Igreja tem se proposto a assumir e responder. Depois, acho que do ponto de vista teórico, o Vaticano II trouxe-nos uma riqueza imensa que abriu horizontes e possibilitou a Igreja assumir a missão como servidora e não como dona do Reino. Mas ainda nos falta a co-responsabilidade com a vida e os projetos missionários para que, os que podem ir, não sejam impedidos de ir por falta de recursos materiais, e nem os que ficam, não se sintam dispensados de também missionar a partir do lugar onde se encontram.
Para o senhor, o que significa esse momento de partir para a Missão além fronteiras?
Então, acho que agora é entender que estou pronto para viver aquilo que sempre me preparei. O desafio de partir nunca é fácil. Ir para uma terra e uma cultura diferentes sempre é desafiador. Mas, o sim dado, não é apenas da pessoa que vai, é também da Igreja toda que envia e acompanha o missionário. Por isso mesmo, aceito o desafio sabendo que comigo vão minha diocese, meus amigos, minha família, as comunidades com as quais trabalhei, o Regional Sul 1. Aceito o desafio sabendo que lá me acolhem uma diocese, os padres e religiosas, os leigos e leigas, o bispo e o povo com quem vou ser Igreja nesse tempo de missão. E o melhor de tudo: aceito sabendo que a obra maior quem fará mesmo é o Espírito que nos socorre em todas as nossas necessidades.
Fonte: www.cnbbsul1.org.br

Faleceu Irmã Maria da Purificação


"Nós não temos aqui cidade permanente, vivemos à procura da cidade que há vir
(Hb 13, 14).


Carmelo Santa Teresinha está de luto
Faleceu na manhã deste dia 31 de janeiro, festa de São João Bosco, a nossa querida Irmã Maria da Purificação.
Suplicamos ao bom Deus pela nosso querida Irmã Maria, que viveu animada pela fé, que agora goze da eterna alegria, a de participar da cidade do céu, daquele presente perene e feliz.
Irmã Maria sempre teve diante dos olhos, na mente e no coração o Monte Carmelo, na sua mais elevada simbologia e expressão, a Jerusalém Celeste.
Pela nossa fé vemos Jesus, o Filho de Deus, no Monte Tabor, manifestando aos seus amigos (e aqui a irmã Maria) todo o seu esplendor. Ele revela a divindade que está dentro dele, antecipando, assim, a sua glória e a nossa glória futura. São João nos assegura: “Quando Cristo aparecer, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é” (1Jo 3, 2).

                                                         Padre Geovane Saraiva
                                                         Pároco de Santo Afonso

Qual o problema?

José Cajuaz Filho*
O Diário do Nordeste do dia 29 de janeiro de 2013 publicou artigo do Prof. Marcos José Diniz da Silva cujo título é "Doa a quem doer." Beleza pura!
O assunto ali tratado é a mais cristalina das verdades. No início do artigo, ele relembra, com alegria, a retomada do estado de direito e, consequência lógica, a independência dos três poderes que, segundo a Constituição, devem ser harmônicos e independentes, não subservientes.
Se isso nos alegra também, a outra face da moeda nos entristece: "Quão incomodados ficam os governantes acostumados aos atos arbitrários, ao poder personalista e patrimonialista que amesquinha e imbeciliza o povo," e eu acrescento, atemoriza e achincalha o poder judiciário sem dar bolas para suas decisões.
Como prova dessa verdade, ele apresenta dois casos: 1) A não obediência a um preceito constitucional que proíbe dar nomes de pessoas vivas a órgãos públicos, como acontece em Sobral, até mesmo com parentes do governador; 2) O desprezo e a desobediência à determinação do Ministério Público, pelo governador, quanto ao cachê da cantora Ivete Sangalo.
A resposta do governador quando questionado sobre o assunto: "Vou continuar promovendo essas festas doa a quem doer".
Em ambos os casos, continua o articulista, nota-se uma harmonização entre os tribunais estaduais e o governador, assegurando-lhe mando absoluto e liberdade para o deboche aos princípios republicanos e à própria Justiça e conclui: Os incomodados que se ..."
Pegando a deixa do Prof. Diniz quero acrescentar mais um caso em que o governador afronta e achincalha a justiça: a implantação do piso salarial dos professores das universidades estaduais.
Esse affair já completou bodas de prata e, em 2007, o STF decidiu pela constitucionalidade da reivindicação dos professores. Agora, só uma coisa a fazer: implantá-lo.
A execução foi iniciada pelo Tribunal do Trabalho. Foi suspensa. Por quê? Mando absoluto e deboche do governador para com o Judiciário.
Na minha santa ignorância jurídica, a coisa é tão fácil de ser resolvida. O processo chegou às últimas instâncias. Foi decidido? Acabou-se. Doa a quem doer.
Como o Professor Diniz, apresento comprovação de minha afirmação. Não há mais nada a discutir. Alea jacta est. A sorte está lançada. Agora quem for podre que se quebre.
Qual o motivo de o Tribunal do Trabalho postergar a execução de uma decisão do Supremo? Por que desembargador X, desembargador Y, desembargador Z e demais letras se julgam impedidos?
Será necessário sair de nossa região para fazer valer uma decisão da Suprema Corte da Justiça Brasileira?
Acredito que não. Os juízes são vitalícios nos seus cargos justamente para não terem medo de executarem as decisões da justiça e dar direito a quem o tem, quer agrade, quer desagrade. Por isso os juízes devem ser intemeratos e intimoratos.
Agora faço uma pergunta e espero uma resposta: Qual o problema?
* Cajuaz Filho é professor da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação Tecnológica, nas áreas de Língua Portuguesa, Latina, Grega e Cultura Greco-Romana.
Fonte: Cajuaz Filho / Revista Missões

INCÊNDIO NAS CONSCIÊNCIAS


Paulo Roberto Cândido*
Infelizmente estamos lamentando mais uma tragédia anunciada em nosso País. A partir do momento em que não se respeitam planos  de  segurança, capacidades máximas dos ambientes,  manejo  adequado  de  materiais  de artifício e acima de tudo, a vida humana que  não  foi  feita  para  dar lucros aos cofres e sim à sobrevivência de todas as espécies  existentes no Planeta, teremos  que  aguardar  sempre,  com  inércia,  os  próximos sinistros que ceifarão as vidas que irão para os outros Planos e  também aquelas que permanecerão na terra, chorando lágrimas de dor e de saudade.

As  mídias,  talvez,  estejam  atrasadas  no  processo  de  discutir segurança,  ética  e  responsabilidade  em  uma  sociedade    totalmente desconectada da rede  dos  valores  morais  edificantes.  Arvoram-se  em conquistar audiência, numa verdadeira disputa de conexão com os horrores de um  incêndio  ocorrido  no  interior  de  uma  boate.  Até  mesmo  um apresentador    de    televisão,    habitualmente    interessado      em "vídeocacetadas",  resolve  falar  sério,  em  tom  de  crítico  social, cobrando agora mais atenção de todos com as regras de segurança,  depois

que a tragédia se estampou em todas as manchetes do mundo. Será  que  no auditório de onde ele apresenta seu programa, estas regras  estão  sendo respeitadas?  Será  que  existem  saídas  de  emergências    devidamente sinalizadas para um caso de necessidades urgentes? Não sei o que sei  é que os programas da nossa televisão tocam fogo, diariamente,  em  nossos corações, para iluminar todas as sombras que  trazemos  na  alma.  Neste caso, iluminar sombras significa fazer brilhar os  nossos  instintos  de imperfeições. Novelas mostrando o mal, filme enaltecendo  a  violência, telejornais tornando comum a nossa indiferença diante  de  assassinatos, corrupções,  traições, etc. Jovens  telespectadores  bombardeados    sem censura, com todos os matizes de uma  programação,  que  na  sua  grande essência, só transmite e retransmite as ondas  da  má  cidadania.  Ainda bem, que vez ou outra alguém tem a coragem de produzir  sem  pensar  em lucros. É só perseverar e acionar o  controle  remoto  em  busca  destas preciosidades televisivas.

O fato é que a humanidade sequer dá conta do que é a  vida,  de  que forma vamos, então, instigar a  sociedade  para  adotar  ações  que  não antecipem a morte? Ela, às vezes, convida muitos jovens para as baladas, aproveitando que eles estão interessados mais nos estímulos do  que  nas consciências. Quem se preocupa com quantidade de gente no recinto?  Quem quer saber de porta de emergência ou  extintor  de  incêndio  carregado? Quem está a fim de parar de curtir a música e o embalo  para  investigar plano de segurança? O certo é que depois que uma tragédia acontece é que as autoridades, os comunicadores, o povo em geral,  começam  a  refletir sobre a prudência e a responsabilidade.

Esperamos que haja um  incêndio  nas  consciências,  para  que  elas aqueçam os pensamentos de comunhão, de solidariedade, de atenção  com  a vida e de respeito ao próximo. Que o fogo da conscientização se  alastre entre os poderes constituídos, entre as mentes sociais e entre todas  as estruturas encarregadas de manter a ordem, a paz, a justiça e o  futuro, em perfeita harmonia com a segurança.

*Escritor, advogado e membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
 - AMLEF, Cadeira 29 


Dom Helder chorava ao celebrar a missa

 Padre Geovane Saraiva*
O Brasil e o mundo conheceram um Dom Helder porta-voz dos injustiçados e dos empobrecidos, nas suas posições em favor de um mundo fraterno e solidário e de uma Igreja pobre e servidora. Conhecemos um Dom Helder respeitoso das pessoas e cheio de amor para com os sofredores. Um Dom Helder totalmente identificado com o povo, que neste 07 de fevereiro celebramos sua vida, nascido há 104 anos, na nossa cidade de Fortaleza.

Colocamos na patena a vida do místico, Dom Helder Câmara, profundamente apaixonado pelo Criador e Pai. O padre Salesiano, João Carlos Ribeiro, afirmou no prefácio do livro, Sonhos e Utopias, do Padre Geovane Saraiva: “Havia tanta emoção nas palavras da consagração que o vimos muitas vezes chorando ao celebrar a Missa. E sempre repetia com toda convicção que o verdadeiro celebrante da Missa é Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Recordamos um Dom Helder, pastor da paz e da ternura, que se sentia honrado quando seus inimigos o acusavam de utópico e sonhador, porque se aproximava do “cavaleiro andante”, dizendo-lhes com muita segurança e convicção: “Comparar-me a Dom Quixote, está longe de ser uma nota depreciativa”.  E acrescentava-lhes: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fosse os sonhadores”.


Como é maravilhoso, no dia do seu aniversário de nascimento recordar alguns dos seus inúmeros pensamentos: "Mesmo que a maior angústia te visite e acompanhe, não te deixes que ela reflita em teu rosto"; "O mundo agitado e triste precisa que leves contigo tua paz e tua alegria"; "Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo"; "Feliz de quem atravessa a vida tendo mil razões para viver"; "Tenho pena, Senhor, dos sem abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados, que fizeram da terra morada permanente". 


Contamos com sua presença, ao celebrarmos a memória do pastor dos empobrecidos, numa compreensão de que, para o mundo de hoje é indispensável recordá-lo como um referencial e uma figura exemplar.


Dia 07 de fevereiro de 2013, na Paróquia de Santo Afonso (Igreja Redonda), às 18 horas. Av. Jovita Feitosa, 2733 – Parquelândia - Fortaleza – CE.

*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e vice-Presidente da Previdência Sacerdotal
Pároco de Santo Afonso

Autor dos livros:
“O peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder Câmara);
“A Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);
“A Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);
"Dom Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).






Padre Marcelo Rossi abençoa taça do mundial do Corinthians


Amanhã tem festa alvinegra no gigantesco e recém-inaugurado Santuário Theotokos — Mãe de Deus, na Zona Sul de São Paulo. O templo gigantesco que comporta até 100.000 pessoas (e tem à frente o ultrapop padre Marcelo Rossi) receberá uma delegação do Corinthians.
A turma do parque São Jorge levará a taça do mundial, conquistada no Japão em dezembro, para ser abençoada pelo padre. Corintiano roxo, Marcelo Rossi já havia feito o mesmo após o time conquistar a Libertadores da América.
A bênção está prevista para depois da missa, que começa às 19h30.
Fonte: Yahoo Notícias

Viva Dom Bosco! Viva!



Dom Bosco foi um padre italiano que viveu no fim do século 19, numa época que já tinham inventado a fotografia, por isso podemos saber como ele era… Que legal!
Foi uma época em que, na Itália, haviam muitas guerras internas. É que cada estado se achava dono do seu próprio nariz, não era um país unificado. E para piorar, um dos estado tinha até rei e e queria unificar a Itália, mas uns gostavam dele e outros não, queriam a república, tipo um tal de Garibaldi que andou lutando até aqui no Brasil, daí mais um motivo para revolução.
E para piorar, teve uma grande seca na Itália que durou um tempão onde as plantações morreram. Foi também a época que começaram a surgir as primeiras indústrias. Então os homens morriam nas revoluções ou iam para a América em busca de trabalho.
Os meninos sem pai por perto, iam para as grandes cidades, como Turim, a procura de emprego. E como não faz muito tempo que existem os direitos das crianças – a gente nem consegue imaginar isso – mas as crianças trabalhavam como adultos nessas primeiras fábricas.
Dom Bosco, o Herói
Até surgir Dom Bosco, o grande herói dos meninos de Turim, ele abriu escolas e oficinas para os meninos pobres, dava a eles casa para morar e os defendia dos patrões que maltratavam as crianças.
E o melhor de tudo, Dom Bosco foi a primeira pessoa da história que tratou criança como criança, ele inventou a colônia de férias e os oratórios festivos onde os meninos podiam jogar bola, fazer teatro, aprender música e se divertir, ele dizia que toda criança precisa brincar.
Temos muito a aprender com Dom Bosco. Ele disse: “Basta serem jovens para que eu os ame… “ - disse também:“Não basta amar o jovem, é preciso demonstrar que o ama!” E ele fez isso muto bem.
Um dia perguntaram a Dom Bosco: Como consegue pegar esses meninos das cadeias e transformar eles em meninos tão bons? Como os educa? – Dom Bosco respodeu: “Muito simples: deixar aos meninos plena liberdade de fazer as coisas que lhes são mais simpáticas. O ponto está em descobrir quais são as suas boas qualidades, e depois procurar desenvolvê-las. Todos fazem com prazer só aquilo que sabem fazer.”
Quer colorir o Dom Bosco que eu desenhei? Clica nele para ampliar e imprimir…
Dom Bosco também disse: “Em 46 anos, jamais infligi um castigo. E ouso afirmar que os meus alunos me querem muito bem.”
Dom Bosco, um homem de Fé!
Ele fez tudo que fez, sem ter dinheiro nenhum, ele era um padre muito pobre, só era rico de fé. A fé é a portinha pra que Deus possa agir na vida da Gente. Funciona assim: Deus respeita a nossa liberdade: se a gente acredita pouco, vai ter pouco de Deus. Mas se acredita muito… Uau!!! A palavra de Deus diz:“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam!” (I Coríntios 2:9)
Quer assistir uma história que aconteceu com Dom Bosco?! É incrível…
Quer um joguinho para colorir on line um desenho que eu fiz de Dom Bosco? (clique aqui para abrir o jogo)
congregação deDom Bosco, os Salesianos, se espalhou pelo mundo inteiro fazendo o bem a milhares de meninos e meninas.
Dia 31 de janeiro é dia de Dom Bosco, os salesianos estão em festa e, com eles, todos nós. Parabéns e viva Dom Bosco! Viva!!!

E mais: tem um card com meu desenho e uma frase de Dom Bosco no facebookpra você compartilhar, não esque ce de curtir  .

Você também me acha…

Youtube – Minhas histórias em alta resolução para usar na catequese.

Por que falta comida no mundo?


Visita do Cardeal Rylko à Comunidade Católica Shalom


Cardeal_rylko_foto_moyses-emmir200O Presidente do pontifício Conselho para os Leigos (PLC), cardeal Stanislaw Rylko, visitará a Comunidade Católica Shalom dos dias 1º a 4 de fevereiro.
No sábado, dia 2, o purpurado atenderá a imprensa em entrevista coletiva na Diaconia Shalom (Aquiraz-CE), sede do Governo Geral da instituição, às 17h. Logo em seguida haverá apresentação do espetáculo “Encontro”, seguida de missa onde será abençoada a pedra fundamental da Igreja da Diaconia. A organização estima que pelo menos seis mil pessoas compareçam às atividades.
O Cardeal Rylko é o responsável e um dos mentores da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá neste ano de 23 a 28 de julho na cidade do Rio de Janeiro com a presença do papa Bento XVI. É também o responsável pelo acompanhamento mundial das expressões leigas na Igreja. Foi cardeal Rylko quem seguiu todo o processo de reconhecimento da Comunidade Católica Shalom como uma Associação Internacional Privada de Fieis.
Espetáculo “Encontro”
Uma superestrutura será montada na Diaconia Geral para a apresentação do espetáculo.
“O Encontro narra a história de um jovem e sua trajetória de vida. Em cada encontro que o personagem vive, vai sendo introduzido em uma nova fase de sua vida. O primeiro Encontro é com o ‘Amor’, em seguida o encontro com o ‘O Outro’, o terceiro encontro é com a ‘Fragilidade Humana’ e, por fim, o encontro com a morte e a descoberta que a existência humana não pode reduzir-se a essa terra”, conta Wilde Fábio, diretor e roteirista do espetáculo que foi apresentado pela primeira vez no aniversário de 30 anos da Comunidade Shalom.
Igreja da Diaconia Geral
A Igreja da Diaconia Geral está sendo projetada para acolher 1000 pessoas sentadas. Em seu interior comportará Capela dedicada à Mãe de Deus, Capela do Santíssimo Sacramento, Capela da Reconciliação e sacristia.
Atualmente uma média de 80 missionários reside na Diaconia Geral, local onde através de assessorias e secretarias o Governo Geral acompanha as missões da instituição presente em 18 países e em 50 cidades no Brasil.
Cardeal Stanislaw Rylko
Stanisław Ryłko é um cardeal polonês e presidente do Pontifício Conselho para os Leigos no Vaticano.
Foi ordenado sacerdote em 30 de março de 1969 pelo então Arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyła, futuro Papa João Paulo II. Completou seu doutorado em 1978, em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Em 20 de dezembro de 1995 foi nomeado secretário do Pontifício Conselho para os Leigos e eleito arcebispo titular de Novica. Em 6 de janeiro de 1996 recebeu a ordenação episcopal das mãos de João Paulo II.
Foi criado cardeal pelo Papa Bento XVI, no Consistório de 2007, em 24 de novembro, na Basílica de São Pedro, recebendo a diaconia do Sagrado Coração do Cristo Rei. Nesse mesmo consistório foi criado cardeal o brasileiro Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.
SERVIÇO
Visita de Cardeal Rylko à Comunidade Católica Shalom
Sábado, dia 2 de fevereiro de 2013
Endereço: Diaconia Geral Shalom – CE-040 – Km 16, s/n.
Divinéia – Aquiraz – CE. / CEP: 61700-000
17h – Entrevista Coletiva
18h00 – Espetáculo “Encontro”
19h30 – Celebração Eucarística com bênção da pedra fundamental da Igreja da Diaconia Geral.
Mais informações: 85 8172.3283.
Por Vanderlúcio Souza- Assessoria de Comunicação.

Vacina antigripe pode reduzir risco de infecção no ouvido de crianças


Infecções no nariz podem chegar até o ouvidoPara muitas crianças, a temporada de gripe também significa um aumento no número de infecções de ouvido.
Embora muitas pessoas não percebam, o ouvido médio está diretamente ligado às vias respiratórias através da tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio). Infecções no nariz ou na cavidade sinusal podem se propagar e chegar até o ouvido.
Epidemias dessas infecções são comuns entre crianças. A maioria das crianças menores de 8 anos contrairá infecção de ouvido ao menos uma vez e mais de um quarto delas terá a forma crônica da doença.
Embora possam surgir em qualquer época, as infecções apresentam variação sazonal. Em um estudo amplo publicado em dezembro, pesquisadores observaram mais de 270 mil casos de infecções agudas de ouvido. Eles descobriram que os casos de infecções de ouvido aumentaram junto com os de gripe e de doenças causadas por outros dois vírus respiratórios (mas não com os resfriados).
Isso quer dizer que a vacina contra a gripe pode prevenir infecções de ouvido nas crianças? Alguns pesquisadores acreditam que sim.
Em um relatório publicado em 2011, cientistas reuniram dados de oito estudos randomizados envolvendo 24 mil crianças de 6 meses a 7 anos. Eles descobriram que o risco de contrair infecções agudas de ouvido é significativamente menor nas crianças que receberam Flumist, uma vacina em forma de spray nasal feita com vírus da gripe enfraquecidos, que para as que receberam placebo. Entre as que ficaram gripadas após o procedimento, ocorreu uma redução de 40% da probabilidade de contrair infecção de ouvido em comparação com as que receberam placebo.
Um estudo publicado no ano passado também descobriu que a vacina contra a gripe reduzia a incidência de infecções agudas de ouvido em crianças. A Flumist parece ser mais eficiente que a vacina injetável, mas os cientistas afirmam que mais estudos são necessários.
A conclusão é que a vacina da gripe parece reduzir a probabilidade de infecções de ouvido em crianças.

Veja outros destaques de Saúde

Foto 24 de 24 - 29.jan.2013 - A argentina Juliana Finondo, de 39 anos, passou por um transplante de coração há 13 anos e após dois anos tentando engravidar sem sucesso por via natural, teve sua filha Emilia, concebida in vitro, no dia 15 de janeiro. A capacidade de engravidar foi seriamente afetada pelos medicamentos que tem que tomar pelo resto da vida devido à intervenção, portanto o nascimento da criança traz nova esperança para mulheres transplantadas e com baixa fertilidadeMais Marcelo Gomez/AFP/Diario La Nacion Argentina

Alasca cercado por maravilhas naturais


Caindo na estrada no Alasca, a 150 metros de altitude

SARAH MASLIN NIR 
New York Times Syndicate


Era uma manhã ventosa e com neve de início de inverno, e lá estava eu em uma ponta de terra que se projetava para a Baía de Kachemak, na cidade de Homer, Alasca, cercada por maravilhas naturais. Ou foi o que me disseram. O campo de gelo de Harding, topos de montanha irregulares abrigados em geleiras interconectadas, ao nordeste. A 16 quilômetros de distância estavam os rios onde, na primavera, ursos entravam nas águas, praticamente posando para fotos enquanto pescavam salmões na desova.
  • Scott Dickerson/ The New York Times
    O Alasca é um Estado cobrindo 1,7 milhão de quilômetros quadrados, grande parte do terreno não acessível por estradas. Por meios convencionais, há um limite até onde o turista pode chegar. Felizmente, há outra opção: pelo ar
Mas no Alasca, um vasto Estado cobrindo 1,7 milhão de quilômetros quadrados, grande parte do terreno não é acessível por estradas. Por meios convencionais, há um limite até onde o turista pode chegar. Parada na ponta do Homer Spit, eu tinha chegado ao fim da estrada: a poucos metros à frente, o pavimento despencava no mar.


Felizmente, há outra opção: pelo ar. 

Enquanto estava no Alasca para entrevistar pessoas vivendo em áreas remotas para um artigo, eu aprendi quão vital é a viagem aérea para se chegar a pontos inacessíveis por estrada. Eu também descobri que é a melhor forma de ver as muitas vistas deslumbrantes do Estado – uma descoberta que milhares de visitantes estão fazendo, à medida que a proliferação de pilotos no Alasca levou a uma série de passeios aéreos. 

Conhecidos como voos panorâmicos, esses passeios – em pequenas aeronaves robustas capazes de pousar em terreno irregular – ajudaram a abrir o Alasca para o viajante comum. Do ar, a rara vista da parte traseira de uma geleira se torna democrática, não mais reservada aos entusiastas de esportes radicais capazes de escalar suas encostas geladas. Assim que se pousa, animais reclusos entram em foco, riachos para pesca de difícil acesso ficam a poucos passos de distância. 

“Nós temos apenas cinco estradas”, disse Norm Lagasse, diretor do Alaska Aviation Heritage Museum, do outro lado de um Estado com mais que o dobro do tamanho do Texas. O norte de Anchorage e Fairbanks, por exemplo, com a exceção dos trenós puxados por cachorros, é um terreno cujo acesso só é possível por aeronaves, disse Lagasse. “Não há estrada, ferrovia, não há infraestrutura de transporte baseada em solo”, ele acrescentou. 

Assim, o Alasca conta com cerca de um piloto registrado para cada 58 habitantes, e 14 vezes mais aviões per capita do que o restante dos Estados Unidos, segundo informação online reunida pelo Departamento dos Transportes. Lagasse disse que os pilotos pioneiros realizaram seus primeiros voos pelo interior em 1913. 

Os navios de cruzeiro também alegam fornecer acesso único ao Alasca, mas a vista do convés revela poucos detalhes – nenhuma visão do alto das criaturas que perambulam pelos picos, como as lanosas e brancas ovelhas Dall e carneiros quase tão grandes quanto burros. E apesar de que por navio você pode flutuar próximo do pé de uma montanha, você não consegue ver as joias escondidas em seus penhascos: os lagos coloridos dos vales, com um brilho esverdeado causado pela “farinha rochosa”, os minérios moídos oriundos do derretimento das geleiras que ficam em suspensão no lago.
Há 304 operadores de linhas aéreas comerciais no Estado, segundo Kathie Anderson, da Alaska Air Carriers Association, que representa as empresas do setor aéreo local. Elas incluem proprietários de pousadas que transportam os hóspedes até seus hotéis remotos, guias de viagens de caçadas a ursos e pequenas companhias aéreas de passageiros. 
As melhores vistas, me disseram, se apresentam na primavera, quando você pode avistar os ursos abaixo de você e pousar para tirar fotos. Zack Tappan, piloto-chefe da Homer Air, sobrevoa as chaminés de até quatro vulcões ativos nas viagens às áreas de procriação de ursos. Após pousar na costa da Baía de Kachemak, oposta a Homer, Tappan guia os visitantes a até 100 metros de um tranquilo urso marrom. ”Eu não diria que eles têm um relacionamento conosco, mas eles já nos viram o suficiente para nos entenderem”, ele disse. 


Mas mesmo no inverno você pode ver pessoalmente esses lagos verdes como eu, com voos panorâmicos fornecidos pela resposta do Alasca ao ônibus de turismo: um bimotor Piper Navajo que atravessa a Passagem do Lago Clark. Decolando de Anchorage na direção da cidade de Port Alsworth, você vê um Alasca destilado, disse Glen Alsworth Jr., que dirige a Lake Clark Air e, juntamente com seu pai, é uma espécie de lenda aeronáutica local. “Você vê as torres de perfuração de petróleo e a parte industrial do Alasca, assim como entra na transição para a natureza selvagem, onde tudo ainda é dominado pelas geleiras”.
  • Scott Dickerson/ The New York Times
    Glaciares circundam o Northwestern Fjord, no Alasca
O que não me ocorreu é que toda essa beleza tem um preço: os caprichos da natureza. O plano de voo do avião o coloca à mercê das turbulências atmosféricas, apesar de não parecerem incomodar em nada os pilotos. Assim como os povos nativos do Alasca tem múltiplas palavras para neve, os pilotos têm múltiplas descrições para turbulência. Eu acredito ter experimentado todas. Eu até mesmo reconheci alguns dos termos. Guinada, quando o avião dança em seu curso quando uma rajada de vento atinge uma asa, depois a outra. Ar turbulento, quando o avião trepida em um céu limpo que repentinamente parece uma estrada de terra esburacada. 


“Quando está bonito, é realmente bonito, mas quando o tempo não está bom, é traiçoeiro”, disse Lagasse, que voou pela Força Aérea por 22 anos e continua voando por diversão. 

Mas enquanto o avião trepidava no ar, eu depositei minha confiança na calma do piloto, quase de modo empresarial. Glen Alsworth Sr. já passou mais de 24 mil horas no ar e sua equipe é bastante experiente. Nesse dia, nós voamos sobre os picos, mas a Lake Clark Air é hábil em conduzir pequenos e robustos aviões Stinson por entre os flancos das montanhas para pousar em áreas rasas de cascalho no meio dos rios. Apesar da altitude mais baixa permitida pela Administração Federal de Aviação ser de 150 metros, em áreas não habitadas os aviões podem descer mais baixo. 

Com rodas robustas, os pequenos aviões de mata podem pousar em praticamente qualquer superfície plana – trechos de neve entre abetos ou trechos de areia. Pousos em praias de lagos são comuns em viagens de pescar e soltar na primavera, quando o salmão ártico e a truta arco-íris são a atração. Para viagens em que a mata e as rochas impedem o pouso, Alsworth utiliza hidroaviões para pousar na água. 


Apesar dos ventos terem impedido um pouso audacioso desta vez, minhas vistas do alto foram suficientes. Os Montes Chigmit foram uma vista estupenda; a passagem entre eles era uma versão gelada do Grand Canyon. Os picos interligados eram incrustados de neve, formando filigranas brancas como se um guardanapo estive jogado casualmente sobre suas costas rochosas. Eu fiquei sem fôlego – pela primeira vez não por causa da turbulência. Como colocou Tappan, da Homer Air, nos voos panorâmicos, “você está lá fora na natureza selvagem, em um ambiente realmente remoto; você é um convidado na casa de alguém”.
  • Scott Dickerson/ The New York Times
    Vista de cima do Grewingk Glacier, no Alasca
Se você for 

Há várias pequenas companhias aéreas no Alasca, oferecendo uma série de itinerários, desde voos diários até excursões com duração de uma semana. A Alaska Air Carriers Association (alaskaaircarriers.org) é um bom lugar por onde começar a procurar uma viagem de voo panorâmico, mas há ainda mais operadoras lá. 

A Homer Air (800-478-8591; homerair.com) fica em Homer, na Baía de Kachemak, por si só um ótimo destino para avistar águias-carecas. Ela oferece uma viagem a 40 geleiras pela rota do campo de gelo de Harding (US$ 166 a US$ 355 por pessoa, dependendo da duração e do número de pessoas), assim como viagem para avistar vulcões e vida selvagem, de cerca de seis horas, com pouso para visitar ursos (US$ 700 por pessoa). 

A Lake Clark Air (888-440-2281; lakeclarkair.com) é uma companhia aérea familiar especializada na área do Parque Nacional do Lago Clark, a cerca de uma hora de voo de Anchorage. Um passeio começa com uma viagem com belas vistas com partida de Anchorage, voando pela Passagem do Lago Clark, mais almoço e um pequeno voo panorâmico pelos arredores (US$ 400 por pessoa). A família também dirige a Farm Lodge, na remota Port Alsworth, onde você pode ficar hospedado e realizar voos diários de excursão para pescar, avistar ursos e caminhar em lagos escondidos (até US$ 12 mil por pessoa por semana, dependendo do número de atividades).
A Talkeetna Air (800-533-2219; talkeetnaair.com), localizada a cerca de 160 quilômetros ao norte de Anchorage, no Aeroporto Estadual de Talkeetna, possui a habilidade (e licença) para pousar nas geleiras do Parque Nacional Denali. Os participantes podem ver os picos do Monte McKinley como apenas um alpinista poderia. A empresa também fornece serviço de transporte para esquiar e escalar no interior. (Grand Denali Tour, duas horas, custa US$ 280 por pessoa, e com pouso na geleira custa US$ 355 por pessoa).

Matéria publicada originalmente em fevereiro de 2010.
Tradução: George El Khouri Andolfato