31/03/2014

'É blasfêmia pensar que a incapacidade é um castigo”

O Papa Francisco disse que para Jesus é uma blasfêmia pensar que as pessoas com necessidades especiais ou que a doença sejam um castigo de Deus, em uma audiência na Sala Paulo VI na presença de cerca de 600 cegos e 6.000 surdos-mudos.

Por isso, promoveu “a cultura do encontro” frente a “cultura da exclusão e do preconceito”, e convidou para libertar-se do “pessimismo estéril” e abrir-se à vida “com esperança”, e denunciou que “o preconceituoso, exclui”.

Em um discurso dirigido ao Movimento Apostólico de Cegos e à Pequena Missão para os Surdos-mudos, Francisco afirmou que somente aquele que reconhece “a própria fragilidade” e as “próprias limitações” pode construir “relações fraternas e sólidas” na Igreja e na sociedade e “encontrar Jesus”.

Por isso, destacou que o doente ou a pessoa com necessidades especiais, “a partir da sua fragilidade, seus limites”, pode ser testemunha do encontro com Jesus, “que abre à vida, à fé e ao encontro com os outros e com a comunidade”.

No encontro do qual participaram também membros da União Italiana de Cegos, o Pontífice manifestou que Jesus queria fazer testemunhas pessoas “marginalizadas, excluídas, desprezadas” porque, sobretudo, queria encontrar-se com pessoas assinaladas pela “doença” ou “a incapacidade” para “curá-las e restituir-lhes a dignidade”.

O Papa refletiu sobre o que significa encontrar-se com Jesus e explicou que “somente quem o conhece verdadeiramente, converte-se em testemunha”.
Religión Digital, 29-03-2014

Internet livre tem apoio em países emergentes

Em 22 dos 24 países pesquisados a maioria se opôs às restrições do governo à atividade online.
Forte apoio a internet livre e sem censura foi registrado.

Washington (AFP) - Um forte apoio a uma internet livre e sem censura de governos foi registrado em países emergentes e em desenvolvimento, entre eles Argentina, Chile e Brasil, revela uma pesquisa divulgada nos Estados Unidos.

O Centro de Investigação Pew indicou que em 22 dos 24 países pesquisados a maioria se opôs às restrições do governo à atividade online.

O apoio foi especialmente alto entre as pessoas mais jovens e nos países com um alto número de usuários de internet. Na Venezuela, 89% dos pesquisados disseram apoiar uma internet sem limitações, assim como ao menos 80% no Líbano, Chile, Egito, Argentina e Brasil.

Também foram registrados números altos em México (79%), África do Sul (77%), Bolívia (76%), Malásia e Filipinas (ambos com 73%) e Nigéria (72%).

"O apoio à liberdade na internet tende a ser forte nos países com altas taxas de penetração da internet, como Chile e Argentina, onde aproximadamente dois terços da população está online", disse o relatório do Pew.

"É menos comum nos países com taxas de penetração mais baixas, como Indonésia e Uganda", onde 55% e 49%, respectivamente, disseram se opor à censura do governo.

A pesquisa é divulgada dias após o governo americano anunciar que deixará seu papel chave à frente das operações técnicas da internet, entregando estas funções "à comunidade multissetorial global".

Embora o governo americano tenha dito que trabalhará para manter a internet livre e aberta, os que questionam a decisão argumentam que a medida abre caminho para que outros países imponham novos controles sobre a atividade online.

Na pesquisa do Pew, o Paquistão teve a porcentagem mais baixa de pessoas que expressam oposição à censura (22%), mas 62% dos pesquisados não responderam ou se mostraram indecisos.

Entre as pessoas mais jovens no grupo de 18 a 29 anos, uma grande maioria apoiou uma internet aberta em todos os países, salvo no Paquistão, disse o Pew.

Os resultados da Rússia contrastam com os do resto da pesquisa, com uma porcentagem relativamente baixa de 63% opondo-se à censura, apesar de a Rússia ter um dos níveis mais altos de uso da internet.

As pessoas com maior educação eram mais propensas a apoiar uma internet aberta em muitos países. Na Tunísia, por exemplo, 73% das pessoas com formação universitária disseram que é importante ter acesso à internet sem censura do governo, comparado com 56% da população total.

Os investigadores do Pew conversaram com 21.847 pessoas de 24 economias emergentes e em desenvolvimento de 3 de março a 1 de maio de 2013, em entrevistas cara a cara. A margem de erro oscilou de 3,5% na Venezuela a 7,7% na Turquia, com a maioria variando entre 4% e 5%.
AFP

A teimosa resistência dos quilombolas

No Pará, descendentes de escravos fugidos vivem em casas de palafitas, isolados da cidade.
Por Beatriz Borges*

Subindo o rio Trombetas a partir de Oriximiná, ao norte do Pará, se avistam pequenas parcelas de terra cercadas pela mata verde e densa da Amazônia, a maior floresta do Brasil. Cerca de três ou quatro casas de palafita, típicas de zonas alagadas que se sustentam por paus de madeira no alto para evitar a invasão das cheias que ocorrem entre dezembro e maio, ocupam esses pequenos espaços desmatados, que aparecem intermitentemente no curso do rio.

Nesses limitados recôncavos vivem comunidades quilombolas, remanescentes da época da escravidão de negros africanos que haviam sido levados à vila portuguesa de Óbidos, fundada em 1697 a 82 quilômetros de Oriximiná, para trabalhar nas plantações de cacau no final do século XIX, como também escravos provenientes de fazendas das cidades de Santarém, Alenquer e na capital do estado, Belém. Hoje essa população de aproximadamente 8.000 pessoas distribuídas em 332.654 hectares enfrenta o avanço da exploração de bauxita em seu território.

Os que conseguiram fugir do trabalho forçado no campo subiram o afluente do rio Amazonas em canoas e percorreram uma distância de 223 quilômetros até Cachoeira Porteira, onde se instalaram com o apoio dos índios wai wai e de outras etnias, que já viviam na zona.

Protegidos pelas barreiras naturais da selva e das quedas d’água, começaram a formar suas casas à beira do rio, nas partes mais altas e escondidas. Alguns desses escravos eram os avós de Aloízio dos Santos, de 64 anos, um quilombola que vive na comunidade da Tapagem, às margens do rio Trombetas. “Meus avós contam que os índios os acolheram. Meu tio, Raimundo Vieira, nasceu no quilombo Maravilha (um dos maiores do Pará)”.

O maior quilombo de negros

A região do Alto e Baixo Trombetas ficou conhecida como Palmares Amazônico, em referência ao maior quilombo de negros escravos fugidos do país, no estado de Alagoas, nordeste do Brasil, que congregou aproximadamente 20.000 escravos. Hoje os quilombolas do Pará lutam pela titulação dessa área com a ajuda da Comissão Pró-Índio, uma ONG que trabalha com as 35 comunidades da região. 

“Ninguém teria vindo para cá se não fosse por medo do branco”, afirma Domingos Printes, um quilombola da comunidade do Abuí, referindo-se ao isolamento da área e dificuldades de transporte e comunicação. A população quilombola tem o rio como estrada e os barcos como carros, já que não há acesso por terra. Do rio também tiram o peixe, tomam banho, lavam a louça e a roupa. Não há rede de esgoto nem saneamento e a energia elétrica fica por conta de geradores movidos a combustível, que na região chega a 3,20 reais o litro.

Os celulares não têm cobertura e apenas uma comunidade, Tapagem, possui um orelhão que “funciona só quando não chove”, afirma uma das moradoras da única vila que se assemelha a uma cidade, já que tem uma escola, luz nas ruas de chão batido, e onde as casas estão próximas uma das outras que é possível até mesmo ouvir desde uma delas o DVD pirata tocando Banda Calypso, um dos grupos paraenses do gênero brega. As notícias locais chegam através de barcos e lanchas, onde homens como Domingos, um dos coordenadores da associação das comunidades quilombolas, a ARQMO, se encarregam de avisar os familiares sobre a morte de um parente, se está chegando um carregamento de madeira ou gasolina, ou que no dia seguinte não haverá aula para as crianças.

Belezas naturais

O caminho do aeroporto de Porto Trombetas, uma cidade ao estilo da vila dos outros na série de televisão Lost, até a comunidade do Abuí, leva duas horas em lancha rápida. Pelo rio se veem botos (golfinhos de rio), ariranhas (lontras), aves e incontáveis espécies de árvores e frutas. Há dois postos de fiscalização no trajeto, um do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis, o Ibama, e outro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, onde os quilombolas devem parar obrigatoriamente por tratar-se de uma reserva florestal e, em alguns trechos, da floresta nacional da Amazônia.

Quando o barulho do motor do barco cessa, as cigarras preenchem o vazio, disputando o volume com o ruído dos macacos. Ao entardecer, mariposas se encarregam de dificultar a visão de quem atravessa o rio e atingem rostos e corpos como chibatadas velozes. Abrir a boca, neste momento, é a mesma sensação que receber um pacote de confetes de papel na língua.

A casa de Domingos é uma construção de madeira típica de ribeirinhos, onde vivem 10 pessoas em três cômodos. Em um município onde a incidência da pobreza é de 43,10%, segundo dados do IBGE, a falta de estrutura e de condições mínimas são evidentes e fazem parte da vida dos quilombolas. 

Na verdade, ela já foi naturalizada. Mas ainda assim é melhor do que as memórias sofridas na época da escravidão. Para Manuel Cordeiro, de 65 anos, conhecido como Seu Canela, as lembranças das histórias de família lhe deixam indignado. “Se o branco queria escrever, colocavam o óleo quente na mão do negro para alumiá (iluminar). Se me mandassem fazer isso eu preferiria morrer. Por isso eles fugiam”, explica.

Fãs do Big Brother

À noite parecia que faltavam lugares para sentar. A sala estava repleta: nem todas as famílias possuem televisão e acabam indo à casa umas das outras para assistir a novela ou o Big Brother, um dos programas mais populares entre os quilombolas. Ainda assim, o futebol é o que tem maior número de espectadores, especialmente se é jogo do Vasco ou Flamengo.

Quando o gerador cessa, o escuro volta a preencher todos os cantos, superados apenas pelos vagalumes e a lua, que insiste em aparecer apesar das nuvens. As paredes de madeira rugem com o balançar das redes, a cama onde dorme o quilombola. As placas de lenha não alcançam o teto da casa, o que faz com que todos os cômodos estejam conectados. 

Ainda que o bloqueio visual funcione em certa medida, considerando que também não há portas, se ouve tudo. O banheiro é na mata e toma-se banho no rio, que tem uma água um pouco amarelada pela folhagem que cai e por estar misturada com a argila do fundo. Dizem que não há mosquitos pelo PH ácido desse trecho do rio Trombetas. Ainda assim, preferem usar essa água “por ser corrente, não parada”, explica Claudiana, mulher de Domingos.

Durante o dia os espaços se revelam. Aquela lenha que estava sob a mangueira era na verdade um banco onde o pai de Claudiana, o quilombola Domingos Humberto de Oliveira, de 73 anos, se senta para trabalhar o ambé, um tipo de cipó que serve para tecer o paneiro, uma espécie de mochila cilíndrica usada pelos quilombolas para colher castanha. Oliveira se dedica a fazer paneiros e tipiti, um espremedor de massa de mandioca feito com outro tipo de cipó, a jacitara. 

Expulsões e violência

Um paneiro custa em média 40 reais e demora três dias para ser feito, porque o ambé, depois de descascado, deve ficar pelo menos 24 horas mergulhado na beira do rio, para facilitar seu manejo e evitar cortes nas mãos do artesão. Seu sonho, disse, “é ter uma casa perto dos recursos, em Orixi, porque aqui a gente tem saúde, mas não tem remédio”, explica Oliveira, que teve um AVC aos 50 anos e ficou oito dias sem falar por falta de assistência médica.

Oliveira teve três irmãos mortos pela pneumonia, uma doença que ainda mata os quilombolas durante as cheias. Sobre a origem de sua família, Oliveira afirma não ter certeza se seus familiares eram escravos: “só sei que minha mãe era cearense e meu pai de Orixi”. Antes de vir morar no Abuí, Oliveira foi expulso de uma zona onde havia um quilombo inicialmente, o Jacaré, local em que está instalada a base do Ibama hoje. 

Manuel Raimundo Pereira dos Santos, Seu Tinga, um quilombola de 65 anos, conta que seus parentes também foram expulsos do Jacaré, “com muita violência”, em 1976. “Todos eram descendentes de escravos e ainda haviam alguns vivos naquele tempo, que eram fugidos”, relembra. 

O avô de Anízia Garcia dos Santos, professora de 40 anos, era um escravo fugitivo, que se instalou acima das cachoeiras, no famoso quilombo Maravilha. Anízia explica que a maioria dos idosos têm vergonha de contar sobre o passado e que por isso não conseguiu obter muitas informações com o avô. “Até porque a escravidão, para eles, ainda existe, desde o ponto de vista da proibição de uma das tradições do quilombola, que era comer tartaruga. 

Opressão do branco

A proibição do Ibama, como também a regulamentação do período de colheita da castanha na reserva e a nossa circulação na área do Tabuleiro (Jacaré), onde nossos antepassados viviam, são vistas pelos mais velhos como formas de opressão do branco sobre o negro”, explica.

Enquanto Seu Domingos tira os excessos do ambé, uma galinha se aproxima para bicar uma manga que recém caiu do pé. Sua bisneta, Bruna, de dois anos, sai correndo atrás do animal, descalça e nua, como a maioria das crianças que vivem em contato constante com a natureza naquela localidade.

Se na década de 80 os quilombolas se sentiram ameaçados pela chegada do Ibama na região, que lhes expulsou de onde viviam e lhes proibiu de comer tartaruga, se encontram agora encurralados pela exploração da bauxita em seu território. A Mineração Rio do Norte (MRN), um consórcio composto pelos acionistas Vale (40%), Alcoa (18,2%), bhpbilliton (14,8%), RioTintoAlcan (12%), CBA (10%) e Hydro (5%), iniciou os trabalhos na região de Trombetas na década de 70. O primeiro passo foi mapear os platôs onde se concentrava o minério, matéria prima do alumínio. Posteriormente, depois de conseguir algumas licenças e instalar a base em Porto Trombetas, começaram a explorar.

Cruz Alta, um dos maiores platôs, fica justamente na área quilombola e tem previsão de iniciar as explorações em 2022. A área é reivindicada pela população quilombola que pede seu direito de titulação da terra, previsto na Constituição de 1988. O processo está em andamento, apenas aguardando a publicação do relatório de identificação do território, já realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. 

Medidas compensatórias

Pelo tumultuado processo, que envolve os órgãos responsáveis pelo meio ambiente, por tratar-se de uma área que também tem uma parcela de Reserva Florestal e da Floresta Nacional, o ICMBio suspendeu recentemente as atividades da MRN nesta área até que seja realizada a consulta prévia prevista na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O posicionamento das comunidades é que os estudos não se realizem até que a titulação saia.

Clóvis Bastos, gerente de Gestão, Saúde, Meio Ambiente e Relações comunitárias da MRN afirma que “a abertura das trilhas estão suspensas, mas elas já existem, porque foram abertas há mais de 30 anos para a pesquisa”. Os estudos que foram paralisados pela suspensão do ICMBio serviriam para fazer o relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), que posteriormente seria apresentado à consulta popular prevista em lei. 

No entanto, ainda que a população não esteja de acordo, o subsolo brasileiro é de propriedade do Governo federal. E, para ressarcir a população, o único que poderia ser feito seriam “medidas compensatórias, além do reflorestamento mais próximo da mata original”, conclui Bastos.

“A senhora já viu a cor de uma mata reflorestada?”, pergunta indignada e descrente Albenize, esposa de Manuel Francisco Xavier Valério, cabeça de uma família quilombola. Enquanto uma das filhas empunha um facão para abrir as castanhas, sentada sobre uma pedra, Albenize e Manuel dizem que não querem que a mineradora explore o platô de Cruz Alta. 

O desmatamento é fundamental para a exploração da bauxita, que se encontra no subsolo, em uma terra vermelha que não se distingue do minério de mesma cor. “Se desmatar vai prejudicar o mutum, o inhambu, o jacamim, o jacu...”, lista Albenize as aves da região, que fazem parte da dieta dos quilombolas, assim como porcos, cotias e animais menores obtidos com a caça. 

Ainda assim, dependem de alguns alimentos básicos da cidade, como o arroz e o óleo de cozinha, que não podem extrair da terra onde habitam “porque o Ibama não deixa a gente desmatar nem um pouquinho, nem para criar gado pra gente comer”, afirma Manuel Francisco.

Racismo brasileiro

Além da venda da castanha-do-pará, que no ano passado gerou 4,9 milhões de reais em renda somente no município de Oriximiná, a família de 11 filhos conta com o auxílio da Bolsa Família. “Antes vinha 374 reais, agora recebemos somente 38, por um filho que tem bolsa jovem”, explica Albenize. Apenas um dos filhos, Francilene, terminou o ensino médio. E ela quer fazer engenharia da computação, algo exótico tanto pela escolha quanto pelo desejo de cursar o terceiro grau, algo que a maioria dos quilombolas nem chega a almejar.

Apenas os quilombolas que saem para trabalhar em outros lugares, como Seu Tinga, sabem o que é o preconceito, já que a maioria vive entre negros a vida inteira e não notam o racismo que existe na sociedade brasileira. “A parte branca sempre foi preconceituosa com os negros. Eu me achava feliz de ser negro porque na minha patota era feliz. Até que eu me vi como o único negro em uma equipe de geólogos com quem trabalhei, aí que vi o preconceito, eu ficava isolado deles”, explica.

De modo geral, as famílias são muito unidas e o respeito aos mais velhos é uma obrigação: as crianças e até mesmo os adultos pedem bênção aos mais antigos. Raramente falam palavrões e usam um vocabulário limitado para se comunicar - quando o fazem, porque o quilombola não gasta saliva à toa quando não tem nada importante a dizer. 

Palavras como “espia” e “agonia” são usadas em inúmeras situações e os sentidos mudam dependendo da ênfase do discurso. As portas das casas estão sempre abertas, qualquer um entra e sai, sem muitas formalidades, obedecendo a uma regra simples: deixar o calçado do lado de fora para não arrastar a terra para dentro de casa. Eles jogam tudo pela janela, de restos de comida a líquidos, considerando que o chão absorve e que logo vem um cachorro ou uma galinha para comer qualquer coisa que tenha sido jogada fora.

A rede é o objeto mais valorizado, já que serve como casa durante as expedições na mata em busca da castanha e da copaíba, óleo usado na indústria cosmética que se recolhe nas árvores e que são a fonte mais rentável entre os produtos vegetais extraídos. Uma árvore de copaíba pode dar até vinte litros em poucas horas e o litro é vendido a 25 reais. Enquanto com a castanha recebem 40 reais por um caixote de feira cheio delas, obtidas depois de uma manhã inteira de trabalho na mata. 

A vida simples do quilombola, na qual as crianças e bichos correm livres, não ressente da falta de facilidades como energia elétrica, água encanada ou banheiro. A convivência com essas “dificuldades”, do ponto de vista de quem mora na cidade, é natural para eles. Mas o que sim faria feliz ao quilombola seria matar as saudades dos filhos que moram longe, se pudessem falar com eles pelo telefone. Algo que, em 2014, ainda não podem fazer.
* Beatriz Borges* foi enviada a Oriximiná, Pará, pelo El País, onde esta reportagem foi originalmente publicada
Dom Total

Remédios: aumento vale a partir desta segunda

Indústrias farmacêuticas e distribuidoras podem, a partir de hoje (31), adotar o reajuste de até 5,68% nos preços de medicamentos regulados pelo governo. A resolução da Câmara de Regulação de Medicamentos (Cmed) que autoriza o reajuste foi publicada na última quinta-feira (27) no Diário Oficial da União.

De acordo com o Ministério da Saúde, a regulação é válida para mais de 9 mil medicamentos, sendo que mais de 40% deles estão na categoria nível três – de menor concorrência, cujas fábricas só poderão ajustar o preço teto em 1,02%.

"O ajuste autorizado pode alterar o preço máximo de fábrica, porém não impacta diretamente no valor pago pelo consumidor, uma vez que muitas empresas adotam descontos na comercialização dos produtos", informou a pasta.

A Cmed fixa o valor do reajuste anualmente, com base em critérios técnicos definidos na Lei 10.742 de 2003. São considerados no cálculo a inflação do período (de março de 2013 até fevereiro de 2014), produtividade da indústria, variação de custos dos insumos e concorrência dentro do setor.
Agência Brasil

Twitter do Papa - 31 de março


"A Quaresma é o tempo para mudar de rumo, para reagir perante o mal e a miséria".
(Tuíte do Papa Francisco)


do site da Rádio Vaticano 

Anchieta, modelo para os jovens


Recordamos muito nestes dias a figura de José de Anchieta que será declarado Santo pelo Papa Francisco nesta quarta-feira. Anchieta está presente nas orações de intercessão de muitos jovens brasileiros. A sua figura é sempre lembrada pela Igreja presente em todo o Brasil. O Apóstolo do Brasil também foi recordado aos brasileiros pelo Papa Bento XVI que ao se dirigir aos jovens do mundo inteiro na sua mensagem de novembro de 2012, para a 28ª Jornada Mundial da Juventude, do ano passado, escreveu: “Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo.” 

Essa frase do Papa é antecedida por um aceno à entrega da própria vida feita por jovens generosos em favor da construção do Reino de Deus. Bento XVI escreve ainda: “Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia.” É verdade! Basta pensarmos no Brasil recém achado, sem estradas, sem recurso algum e naquilo que José de Anchieta realizou, adoentado e apenas com o conhecimento de um jovem de 18 anos. 

Esse rapaz, cheio de ardor por Jesus Cristo, aprendeu, em poucos meses, a língua tupi para evangelizar os donos da terra e colaborar no trabalho missionário de seus companheiros, observou o que agradava aos indígenas e lançou mão do teatro, da dança e da música para catequizá-los. O Santo Padre tinha razão ao apresentar o jovem José de Anchieta, ou melhor, o jovem José do Brasil, como modelo e incentivo aos jovens de hoje.
Fazendo um salto no tempo, na sua última homilia no Brasil em julho de 2013, o Papa Francisco, encorajou os mais de 3 milhões de jovens reunidos na Missa de envio da Jornada Mundial da Juventude, em Copacabana, Rio de Janeiro, a evangelizarem outros jovens, e citou o Beato José de Anchieta como modelo de missionário que, aos 19 anos, chegou ao Brasil para sua missão evangelizadora. Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem!”, disse o Santo Papa.
“De forma especial, queria que este mandato de Cristo -”Ide” – ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: «Ai de mim se eu não pregar o evangelho!», disse Francisco (1Co 9,16). 
Nos 44 anos que viveu no Brasil, Anchieta foi respeitado e venerado por todos; índios, portugueses, espanhóis e brasileiros. Pelo esplendor de suas virtudes: humildade, coragem, paciência, benevolência, caridade, espírito de oração, pela fama de milagreiro e pelo culto que o povo brasileiro sempre lhe prestou: o papa João Paulo II o proclamou Beato, no dia 22 de junho de 1980.
Anchieta jovem e também adulto teve sempre um grande carinho e atenção para com os jovens. Além do mais, ele via nas crianças e nos rapazes e moças, multiplicadores de sua missão. Ele sabia que a juventude levaria para casa, principalmente para seus pais, o que havia aprendido com ele sobre Jesus, sobre a Igreja e sobre o amor a Deus e ao próximo. Padre Jonas Abib, Fundador da Canção Nova..... (SP)


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/03/31/anchieta,_modelo_para_os_jovens/bra-785483
do site da Rádio Vaticano 

PARA FRANCISCO AOS SALESIANOS: "ESSENCIAL FALAR AOS JOVENS COM O CORAÇÃO"

Reunião de jovens líderes das Novas Comunidades será em maio

Encontro pretende reunir representantes de 100 Novas Comunidades para refletir sobre a evangelização dos jovens
Da redação, com Jovens Conectados
Reunião de jovens líderes das Novas Comunidades será em maioA Reunião Nacional de Jovens Líderes das Novas Comunidades acontecerá de 30 de maio a 1º de junho em João Pessoa (PB), na sede da Comunidade Doce Mãe de Deus.
O objetivo do encontro é reunir 100 novas comunidades de todo o país para aprofundar o estudo e a partilha da vivência do documento 85 da CNBB e também discutir o processo de revitalização da pastoral juvenil.
Para participar da reunião, a Comissão para a Juventude – da CNBB – pede que cada comunidade designe o coordenador do setor que trabalha com jovens. A comissão também pede que o representante já reserve a data em sua agenda e providencie as passagens.
Em dezembro de 2013, representantes das dioceses, movimentos, congregações e novas comunidades do Brasil estiveram em Brasília para o Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil Nacional. Foram momentos de troca de experiências e partilha. Agora, acontece a etapa dos encontros por expressões que trabalham com juventude.
A reunião começará na sexta-feira, 30, às 12h, e terminará no domingo, 1º, com o almoço, às 12h. A comissão organizadora pede atenção aos participantes quanto aos horários das passagens e ao deslocamento rodoviária/aeroporto para o local do encontro.
A taxa inscrição será de R$150,00, incluindo alimentação, e a hospedagem será em casa de famílias.
Mais informações pelo e-mail: novascomunidades@jovensconectados.org.br.
Canção Nova

Mídias Sociais irão informar peregrinos durante Canonização

Projeto de Mídia fornecerá informações logísticas e notícias sobre a Cerimônia de Canonização e eventos da Diocese de Roma
Liliane Borges
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Mídias Sociais irão informar peregrinos durante Canonização
Cartaz/convite realizado pela Diocese de Bérgamo / Site Oficial
A Sala de Imprensa da Santa Sé realizou, nesta segunda-feira, 31, uma coletiva sobre a preparação da canonização de João XXIII e João Paulo II, no dia 27 de abril.
A coletiva teve participação do Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, do secretário Geral da Cúria de Bérgamo, Dom Giulio Dellavite e do porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi.
Além das iniciativas que já estão acontecendo, voluntariamente, nas dioceses italianas, foi apresentado um calendário com cerimônias especiais para os peregrinos que participarão da Canonização.
No dia 22 de abril terão início os eventos oficiais de comemoração e preparação para a canonização. Neste dia, às 20h30 (horário local, 15h30 em Brasília) na Basílica São João de Latrão, haverá um encontro destinado aos jovens, e contará com a presença dos postuladores das Causas de Canonização  dos dois papas.
No dia 26, véspera da Cerimônia de Canonização, será realizada a “Noite de oração”. As Paróquias do centro de Roma estarão abertas durante toda a madrugada para receber os fiéis com orações e o Sacramento da Confissão.
Sobre os meios de comunicação, a Coletiva apontou o site www.2papisanti.org como fonte oficial para todas as ações do evento, bem como logística e detalhes para os fiéis que desejam participar da Cerimônia.
O Vaticano informou também, que as plataformas digitais já existentes continuarão ativas para fornecer informações gerais.  Nas mídias sociais, os conteúdos estarão disponíveis em cinco idiomas. Confira os endereços:
No Facebook: https://www.facebook.com/PapaGiovanniPaoloIIpaginaufficiale
Twitter: https://twitter.com/santowojtyla
No YouTube: https://www.youtube.com/user/adminkarol
Novidades
Durante a coletiva foi apresentado o Projeto de Mídias Sociais  #2POPESAINTS, que reunirá o Facebook, Twitter, Instagram e o Youtube, com conteúdos diários, a partir do próximo dia 6 abril,  sobre o testemunho  de fé dos dois Papas. O Projeto foi realizado por um grupo de estudantes de Comunicação Social de Roma.
Segundo o Vaticano, será lançado também um aplicativo, para Androird e IOS, com notícias diárias, informações logísticas sobre a Canonização. O aplicativo entitulado SantoSubito estará disponível em italiano, inglês, espanhol e polonês.
Será oferecido pela Sala de Imprensa da Santa Sé a participação das coletivas por meio dohangout, além da criação de um QR code para facilitar o acesso ao conteúdo disponível no site oficial.
A participação será aberta a todos os interessados e não será necessário bilhetes para ingressar na Praça São Pedro, local da cerimônia. São esperados cerca de mil concelebrantes,  e 700 sacerdotes farão a distribuição da comunhão aos fiéis.
Canção Nova

Papa alerta sobre perigo do “turismo existencial”

Francisco destacou que quem tem fé caminha rumo às promessas de Deus; se não, é um “turista existencial”
Da Redação, com Rádio Vaticano
Papa alerta sobre perigo do “turismo existencial”Não vagar pela vida, mas seguir corretamente a meta que para um cristão quer dizer as promessas de Deus, que nunca decepcionam. Este foi o ensinamento que o Papa Francisco deixou a partir das leituras do dia, na Missa, nesta segunda-feira, 31, na Casa Santa Marta.
Francisco citou três tipos de crentes: os que confiam nas promessas de Deus e as seguem, os que têm uma fé estagnada e os que estão convencidos de progredir, mas, em vez disso, fazem apenas “turismo existencial”. Trata-se de pessoas que sabem que a vida cristã é um itinerário, mas que há diversos modos de o percorrer ou, então, não o percorrem de fato.
Referindo-se ao trecho do livro do profeta Isaías, na Primeira Leitura, o Papa lembrou que, antes de pedir qualquer coisa, Deus promete e Sua promessa é aquela de uma vida nova, de uma vida alegre. Aqui está, segundo ele, o fundamento principal da virtude da esperança: confiar nas promessas de Deus sabendo que Ele nunca decepciona. Mas há cristãos que sofrem a “tentação de parar”.
“Tantos cristãos parados! Temos tantos cuja esperança é frágil. Sim, acreditam que haverá o Céu e tudo ficará bem. Tudo bem que acreditam nisso, mas não buscam isso! Cumprem os mandamentos, os preceitos, tudo tudo… Mas estão parados. O Senhor não pode fazer deles fermento no seu povo, porque não caminham. Depois, há outros entre eles e nós, que também erramos o caminho: todos nós, algumas vezes, erramos o caminho. O problema não é errar, mas é não voltar quando percebe que errou”, disse.
O modelo de quem acredita e segue aquilo que a fé lhe indica é o funcionário do rei descrito no Evangelho. O homem pediu a Jesus a cura do filho doente e não duvidou um instante de se colocar a caminho de casa quando o Mestre lhe assegurou ter obtido a cura. No extremo oposto, afirmou o Papa, está talvez o grupo mais perigoso, no qual estão aqueles que enganam a si mesmos: aqueles que caminham, mas não fazem caminho.
“São cristãos errantes: vagam, vagam como se a vida fosse um turismo existencial, sem meta, sem levar as promessas a sério. Aqueles que vagam e se enganam, porque dizem: ‘Eu caminho!’. Não, você não caminha, você vaga. Em vez disso, o Senhor pede para nós não pararmos, para não errarmos o caminho e não vagarmos pela vida. Pede-nos para olharmos para as promessas e seguir adiante com elas, como aquele homem que acreditou na palavra de Jesus! A fé nos coloca em caminho rumo às promessas de Deus”.
O Santo Padre reconheceu que os homens, em sua condição de pecadores, podem errar o caminho, mas Deus sempre lhes dará a graça de voltar. Ele destacou que a Quaresma é um bom tempo para cada um pensar se está, realmente, em caminho ou se está parado.
“Se errar o caminho, deverá confessar-se e retomá-lo. Peça ao Senhor a graça de retomar o caminho, de colocar-se a caminho, rumo às promessas”.
Canção Nova

Exclusão social severa atinge famílias espanholas


Pelo menos um milhão e meio de famílias espanholas sofre exclusão social severa. Este é um cenário social de «pobreza crescente» identificado pela Cáritas Espanhola no estudo «Análise e Perspetivas 2014», da Fundação FOESSA, apresentado em Madrid no final da última semana. 

«É urgente uma aposta firme na coesão social», destacou Francisco Lorenzo, coordenador da equipa de estudos da Cáritas. «Se não agirmos agora, as consequências serão mais graves dentro de poucos anos», alertou o responsável, citado pelo portal Zenit. Para Francisco Lorenzo, esta problemática poderia ser superada através de «políticas redistributivas que favoreçam os mais afetados». 

Além disso, o coordenador da equipa de estudos da Cáritas propôs ainda uma possível solução para eliminar a exclusão severa no país. «Com 2,6 bilhões de euros, a exclusão severa poderia ser eliminada em Espanha. É menos que o valor necessário para a recuperação das rodovias», comparou o especialista. Por sua vez, Guillermo Fernández, técnico da equipa de estudos da Cáritas, convidou as principais forças políticas a «lançar um pacto de Estado contra a pobreza». 

No documento «Análise e Perspetivas 2014» a organização humanitária da Igreja Católica indica que o cenário social de «pobreza crescente» é causado pela deterioração de três pilares do bem-estar social: o emprego, a habitação e a saúde. Embora a crise económica tenha causado um aumento da exclusão social e da precariedade, os especialistas indicam que o estudo também reflete a melhoria de alguns aspetos sociais, como «o fortalecimento das relações familiares e a redução do isolamento».


Fátima Missionária

Ano da Vida Consagrada em 2015 deverá mostrar aos jovens a "beleza" da vocação

 Agência Ecclesia
O Papa destacou hoje a importância da Igreja Católica aproveitar o próximo ano pastoral, dedicado à Vida Consagrada, para mostrar aos mais novos a "beleza" da vocação sacerdotal e religiosa.
Num encontro com membros da Sociedade Salesiana de São João Bosco, refere o serviço informativo da Santa Sé, Francisco salientou ainda a necessidade de ajudar os jovens a serem no mundo "trabalhadores da justiça e da paz" e "agentes" ao serviço do Evangelho.
O organismo fundado por São João Bosco (1815-1888) está reunido em Roma para a realização de um Capítulo Geral que terá como tema "Testemunhas da radicalidade do Evangelho".
Ainda no que diz respeito às novas gerações, o Papa argentino lembrou que, apesar das "novas linguagens" que caraterizam a sociedade atual, "a linguagem do coração" continua a ser a melhor forma de aproximar Deus dos jovens.
Fonte: www.agencia.ecclesia.pt